quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

02/2011 / 25/02/2013

E LA VAMOS NOS !!


vidadecaramujo@gmail.com
Sigam, opinem, comentem.

Mas antes, vou postar umas fotos de minha companheira de viagem, Sarita e eu, a mulher mais maravilhosa que já tive o prazer de conhecer, me acompanhou em todos os momentos, nos bons e nos maus.


Sarita em uma plantação 
de girassol que encontramos
 em uma das nossas viagens.
Foi lindo isso, passamos por la
e tiramos as fotos, encontramos 
o dono da plantação e perguntamos
se estávamos incomodando, ele
disse que não.
 No dia seguinte passamos por 
la novamente e 
já haviam colhido tudo.

Sarita e eu.

Aniversario de 27 anos.

ainda a plantação de girassol.


Sarita e eu em uma de nossas
viagens.


Sarita no meu triciclo encontro
de motos.

Pensa que sabe dirigir.


 E la vamos nos pelo caminho que nos leva ate Villhamontes.
Mesmo com todo o cuidado possível era inevitável os solavancos e desviar dos buracos da estrada de terra.
Nervos abalados, à flor da pele, tensão, noite, clima mudando de um calor insuportável para ameno com tendencias a esfriar, pelo retrovisor apenas a escuridão, nem ao menos uma lua para clarear um pouco, não sei se tudo conspirava contra ou a favor.
Eu juro que tentava desviar de alguns buracos nas era humanamente impossível.
Uma parada vez ou outra para ver se a chama da geladeira a gaz havia se apagado e por vezes tinha apagado. Não podia apagar, pois tínhamos mantimentos que precisavam ficar resfriados.
No trailer só ficaram no lugar os moveis pois estavam presos à estrutura do mesmo. Todo o restante já estava revirado, não tinha nada no lugar. O dó !! Mas tudo bem, não gosto dessa expressão, "mas como já estávamos no inferno, dar um abraço no capeta não custava nada". Prosseguimos.
Rodamos aproximadamente uns 25 quilômetros e nos deparamos com um desvio a direita que nos jogou em um trecho de estrada de asfalto.
Alegria de pobre dura pouco.
Uma tranca.
Noite escura uma corda amarrada de um lado a outro da estrada cheia de panos (trapos) coloridos amarrados, garrafas pet, galhos de arvore, um bloqueio.
Um breu, tudo escuro não se via nada, olhei para os lados e nada. Pronto e agora?? Voltar não podia, para a frente também não.
Alguns segundos em um local desses e naquelas condições representam horas.
Olhando mais atentamente para o lado direito eu vi uma pequena luminosidade que mais parecia uma pequena fogueira. Mais alguns minutos e vi algo se movendo em nossa direção. Era um soldado com roupas do exercito boliviano, ele vinha com uma lanterna na mão, quando se aproximou da caminhonete eu quase mori de susto. Parecia que o homem estava com caxumba, parecia que estava com uma bola de tênis na boca. O cara era tão feio que poderia facilmente assombrar uma casa de 5 cômodos. Se você conhece a estrutura física de um boliviano, sabe do que estou falando. O uniforme estava sujo e ele também, com um odor desagradável. Me pediu os documentos, do veiculo, os meus e a autorização para dirigir o veiculo na Bolívia e me chamou para o acampamento deles. A estrada ficava em um nível um pouco mais alto e tivemos que descer um barranco, atravessar uma pequena cerca de arame farpado e depois de uns 10 ou 15 metros entrei no acampamento deles. Era uma choupana somente com a cobertura feita de palha e aberta dos lados. mais parecia um quiosque.
Havia varias redes com soldados dormindo, e alguns acordados. Muita arma, munição, lixo e um cheiro horrível.
Eu vi todos aqueles soldados, mesmo dormindo, com aquela bochecha inflada e não entendia nada, sabia que eles tinham alguma coisa dentro da boca, mas nunca iria imaginar o que seria.
Fiquei sabendo depois em Villamontes.
O "bandido" me levou ate um cômodo de alvenaria (o único que tinha) sentou-se em uma cadeira na frente de uma escrivaninha e eu fiquei de pé. A unica iluminação que tinha era a fogueira do lado de fora e a lanterna do policial. Ele olhou os documentos com a ajuda da lanterna e murmurou um "hummmm". Pronto, clima tenso de novo. Devia ter por volta de 15 policiais, muita arma. Aquele povo é estranho, a estatura, o aspecto físico, a grande maioria dava para perceber muito bem que eram índios. Se eu estava com medo??? Muito.
Minha companheira la na rodovia dentro da caminhonete, eu preocupado com ela, ela preocupada comigo, o "bandido" me disse que a documentação estava irregular e la vai eu argumentar novamente (caramba, nos tínhamos ate passaporte que nem precisava).
Eu dizia que estava tudo certo, ele alegava que não e ele me pediu dinheiro. Adivinha quem ganhou na argumentação? Depois de muita conversa conseguimos entrar em um acordo para que eu perdesse menos, mas perder eu iria de qualquer maneira.
Paguei, peguei os documentos e voltei para o carro e já estava pensando que essa história de anjo de guarda e Durango Did só existe no Gibi. O policial fez a gentileza de abrir a cancela para que eu passasse, e logo adiante a estrada estava interditada novamente e tive que voltar para a estrada de terra. Sem conversar muito seguimos calados, pois estávamos muito chateados e tensos com a situação. Eu pensava, Poxa todo mundo rouba, que lugar é esse? Minha companheira (maravilhosa diga-se de passagem) me consolava e me dava alguns incentivos. Mas sabe aquele sentimento de impotência?  Os buracos não acabavam nunca, estrada estreita, tudo escuro e...acabou o combustível no meio do nada, no meio da floresta boliviana.
O estado que ficou o trailer, muito barro da estrada.



Não tinha um funil, tive que improvisar.

Olhe a cor da caminhonete.

Cortei um pedaço de mangueira, e uma
garrafa Pet. Enchia o balde e passava
para o tanque.

Ainda bem que estávamos prevenidos.
Mas a aventura tinha que continuar, as raivas, os medos, as horas tensas com os "bandidos" travestidos de 
policiais, as nossas brincadeiras, as risadas que dávamos juntos, tudo faz parte da aventura. Que graça teria uma aventura sem aventura, sem ação? Se não quer se divertir, se não quer viver intensamente fique em casa vendo filmes de ação na TV. A vida é boa e curta demais. Conhecemos outras culturas, outras pessoas, outras paisagens, algumas lindas de tirar o folego, outras nem tanto, conhecemos pessoas maravilhosas, conhecemos pessoas amargas, conhecemos pessoas que adoravam ajudar e dar informações, conhecemos pessoas que nos indicavam caminho errado de proposito, policiais corruptos, enfim:  -Conhecemos.
Tínhamos andado apenas um terço do caminho de terra.
Os outros dois terços são mais duas histórias.




3 comentários:

  1. Oi, Zeca! Atualize o seu blogger! Esse "330" correu atrás do meu MH, kkk!
    Cadê as fotos?
    Abraços
    Giba Quadros
    Acesse e ouça música de qualidade - 24 h
    Copie e cole : http://viagensmotorhomes.blogspot.com.br/2013/03/musicas-de-qualidade-24-h.html

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  2. Hehehe, vou postar as fotos em breve. Abraços.

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  3. Amigo Giba. Segue ai. Já esta atualizado. Abraços.

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