segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


21/02/2012


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Choveu a Noite Toda

Olá pessoal!
Choveu a noite toda. O estacionamento virou um lamaçal.
Enquanto nos arrumávamos para ir até Filadélfia, pensávamos em como iríamos tirar o trailer de lá.
Aqui a terra não é vermelha, escura como a nossa. Parece mais uma areia e basta um pouco d’água para atolar.
Por força da fé, conseguimos tirar o trailer de lá sem nenhum problema. Sujou muito, mas não atolou.
Conversando com o garçom que nos recepcionou no primeiro dia, descobrimos que a região do Chaco é extremamente seca. Está chovendo agora, mas depois pára e a única água que eles tem, provem da reserva feita agora.
Alem disso, possui muitos bichos, e na redondeza do hotel tem cobra, jaguatirica e até um puma que vem matando as ovelhas das fazendas.
Seguimos a Filadélfia/PY e, corremos ao museu, que fecha as 11:30h. Chegamos as 11:00h e entramos.
Realmente e muito bonito, e possui duas enormes. Uma com objetos alemães antigos e outro com todos os tipos de animais empalhados que se possa imaginar. Desde todas as qualidade de borboletas, escorpiões, até tatus, tamanduás, passando por todas as aves possíveis e imagináveis. Além disso, possui muitos artigos indígenas.
No caminho da visita, encontramos a guia turística que era alemã e falava inglês e espanhol.
Nos deu alguns folhetos explicativos, além de nos contar muito sobre a cultura da região.
Pelo que ela nos contou, Filadélfia/PY, assim como Loma Plata/PY e Neuland/PY foram fundadas por alemães mennonitas que vieram ao Paraguai, após terem se refugiados na Rússia. Estou com os folhetos, mas ainda não li tudo. Prometo postar um artigo somente sobre isso.
A cidade inteira é dominada por eles. Extremamente limpa, harmoniosa, porém, só possui 2 ruas asfaltadas, sendo uma delas de apenas 4 quadras.
Aqui não existe crime, roubo, nada e são unânimes em afirmar que aqui a lei funciona.
Diferente do restante do Paraguai, todos aqui usam capacete e a velocidade máxima permitida para andar na cidade é de 30km/h. Sem brincadeira, 30km/h. E eles multam.
Tudo bem que nas ruas de terra, com esta chuva, não tem como passar de 20km/h, mas 30km/h no asfalto, é triste.
Outra curiosidade é que a cidade inteira fecha para almoço das 12:00h as 14:00h. Desta forma, fomos a um restaurante almoçar.
Lá chegando, nos divertimos lendo o cardápio. Eu me recuso comer algo que não o que é. Por fim, buscando um dicionário Espanhol/Português, vi um carro com placa de Maringá/PR. Perguntei ao garçom quem era brasileiro e ele nos levou até lá.
Eram 2 brasileiros que moram a bastante tempo no Paraguai, administrando fazendas. Nos sentamos juntos com eles e almoçamos todos juntos.
Durante o almoço, nos contou diversas curiosidades do Chaco, entre elas que aqui o índice de criminalidade é 0. As fazendas são somente de gado, pois a terra tem muito sal e é imprópria para o plantio. A maior parte são de fazendeiros brasileiros e aqui as fazendas são de 20.000 hectares pra cima. 400 hectares para eles é considerada chácara.
Nos mostrou algumas fotos aéreas em que vemos os pastos. São todos quadrados de 1000m X 1000m e estes são subdivididos por áreas de 100m X 100m. É até bonito ver tudo quadrado.
Além disso, comentou que bichos que atacam o gado, como moscas e bernes, não existem, alem de não precisar dar sal ao gado, uma vez que o próprio solo se encarrega disso.
Os acessos são todos por terra e quando chove é impossível chegar a fazenda. Nos revelaram que estão a 3 dias na cidade porque não tem como voltar a fazenda.
Praticamente todos os veículos são caminhonetes 4x4 com pneus com cravos e a Nissan predomina entre elas.
Aparentemente é uma cidade de grande poder aquisitivo. Só não entendemos o motivo de ter tão pouco asfalto.
Após o almoço, mais ou menos umas 13:00h, os brasileiros nos levaram a um local para consertarmos a geladeira.
Por falar 1 hora para abrir o comércio, decidimos procurar um banco para cambiar mais dinheiro, já que nossos Guaranis estavam acabando.
O banco, assim como todos os demais comércios, são bem diferentes. Não possuem entradas rente a calçadas. Normalmente você entra por um portão pra depois chegar ao lugar. Assim foi no banco.
Após trocarmos, seguimos ao local que conserta geladeiras.
É de um alemão, e ele só conserta geladeiras a gás. Estávamos no lugar certo. Depois de uns 15 minutos o funcionário dele chegou e começamos a consertar.
Ficamos a tarde toda, tiramos a geladeira do lugar, mexemos no gás e chegamos a conclusão de que o defeito era no registro do gás que não mandava o gáscom a pressão suficiente que precisava. É um registro com manômetro que compramos especialmente para o trailer, totalmente blindado. Para resolver problema, teríamos de jogá-lo fora e comprar outro. Acontece que o conector do registro deles é diferente do nosso e precisamos mandar para uma tornearia para adaptar.
Por fim, deu tudo certo, e, como já eram 18:00h, fomos procurar um lugar para dormirmos.
Na frente do museu, possui um hotel chamado Hotel Florida. O banho lá é G$ 5.000,00 (R$ 2,00) por pessoa. Resolvemos ficar por lá.
Conversando com a recepcionista, esta nos autorizou a dormir no estacionamento do hotel com o trailer e ainda usar a energia deles. Sem cobrar nada. Maravilha.
No Paraguai é comum hotéis que possuem quartos com banheiros coletivos e, foi num desses banheiros que tomamos banho.
Foi durante o banho que aconteceu o episódio mais nojento da nossa viagem.
Resolvemos tomar banho juntos pra ir mais rápido.
Resolvemos passear pelo shopping de Filadélfia/PY. Parece uma galeria, mas resolvemos passear um pouco.
Chegamos eram 20:00h, e, para nossa surpresa, estava fechando tudo.
Corremos numa loja de calçados, onde comprei um sapatinho tipo Moleca e, para não voltarmos ao hotel, fomos ao mesmo restaurante do almoço, que fica ao lado do shopping.
Lá, foi a sessão risada 2 do dia. Queria uma sopa, mas o que vinha nela?
Chamávamos o garçom e ele se esforçava para ajudar. Perguntava a ele: “O que é jamón?”. Ele me explicava: “É carne de vacuna. (Carne de vaca)”. Ok, mas qual parte? Após tentar e tentar explicar, ele voltou com um pratinho na mão com uma fatia de presunto. Jamón é presunto.O mesmo ocorreu com a cenoura, que é zanahoira.
Só pra vocês terem idéia do meu sufoco, vocês comeriam uma sopa de carne de cerdo (porco), com repollo, zanahoira e jámon? Mais jamais.
Rimos bastante, e após comermos a bendita sopa (que por sinal é horrível e não tem macarrão), fomos para o nosso trailer descansar para amanhã seguirmos viagem rumo a Bolívia.
Até lá. Tchau!

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