A AVENTURA CONTINUA EM SANTA CRUZ DE LA SIERRA.
CORRIDA ATE CORUMBÁ PARA COMPRAR UM PARA BRISAS.
Muito bem galera, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, (ou quase todos).
Nós pegamos dois acontecimentos importantes em Santa Cruz, um deles foi o carnaval e outro foi a comemoração de 450 anos de fundação da cidade de Santa Cruz. Um dos grandes acontecimentos foi exatamente no dia 27/02/2011 que caiu em um domingo, com muitas atrações, muitas comemorações shows de rock, musicas populares, artistas de rua, atividades sociais, e mais uma serie de eventos populares.
Santa Cruz foi fundada em 1561 e 450 anos é uma data muito importante para se comemorar.
Apesar de (comentário meu e não da população) ser um pais que ao meu ver jamais sairá da miséria, é um povo algumas vezes alegres, descontraídos (também, não tem lei...), um povo que anda nas ruas despreocupado com tudo, apenas quem se preocupa são os estrangeiros, pois a policia esta sempre pedindo documentos e exigindo propina.
Foi uma semana de festas e muitas comemorações.
No domingo, 27/02/2011, eu sai para comprar um jornal, pois nele havia um encarte com algumas dezenas de paginas distribuído gratuitamente para quem comprava o jornal onde falava de toda a história de Santa Cruz.
Claro que uma história muito "maquiada", afinal estávamos na Bolívia, (se no Brasil é assim, imagine na Bolívia) mas deu para conhecer um pouco da história daquele povo, seus costumes, suas crenças, seus "famosos" antepassados e toda a estoria que o governo enfia garganta abaixo dos bolivianos que acreditam em 99% do que ouvem a respeito de seu pais.
Comprei também um encarte com fotografias de todos os presidentes que o pais já teve.
Por la existem muitos brasileiros que adoram morar naquele pais, pois não se paga impostos, se faz oque quer e o governo não se intromete muito com a classe media.
Eu conheci um comerciante brasileiro que mora na Bolívia ha mais de vinte anos e um dia em nossas conversas eu perguntei a ele oque tinha de tão especial na Bolívia, um pais tão pobre, que o fazia gostar tanto de la?
Ele me respondeu que aqui no Brasil ele era um simples empregado que não tinha valor algum, além de não ser valorizado, não ganhava o suficiente nem para sustentar a família, e la na Bolívia ele era respeitado, tinha casa própria, carro importado, ganhava bem (muito mais que a classe media), filho que estudava medicina...enfim, segundo ele era muito melhor o conforto boliviano do que as agruras que passava aqui no Brasil.
Nem discordei com ele e nem discordo agora, pois aqui no Brasil você paga centenas de impostos, não vive bem, esta sempre na malha fina, não tem casa própria e muito menos um carro zero km.
Se for empregado esta fodido e se for patrão esta ferrado, ou seja, aqui no Brasil, se ficar o bicho come e se correr o bicho pega.
Só não pega os corruptos de Brasilia (mas me parece que nosso Joaquim Barbosa esta dando um jeitinho nisso), tomara que consiga.
Como vocês viram na postagem anterior, o carnaval deles é a coisa mais estranha que já vi para uma manifestação com esse caráter, apesar que aqui no Brasil nós também perdemos o foco do verdadeiro significado do carnaval.
Passamos o carnaval por la, compramos aquelas capas para nos proteger um pouco da tinta e nos divertimos um pouco.
Findando a semana fomos ver o andamento da minha caminhonete e para meu espanto eles haviam quebrado o para brisas...
Ai meu pai...
Outra briga com aqueles bolivianos.
Eles alegavam que o para-brias estava quebrado, mas evidentemente que não estava e depois de muita briga eles reconheceram que quebraram tentando desamassar o para lamas esquerdo. Como não existe revendas em Santa cruz, eles queriam ir ate uma fabrica de para brisas para mandar fazer um novo. Eu não aceitei de forma alguma.
Então combinamos que eu pegaria um trem e iria ate Corumba no Brasil e compraria um para brisas novo e descontava do valor do conserto.
No dia seguinte partimos para Corumba, uma viagem de 12 horas de trem. A coisa mais estranha que já vi.
O trem parava em todos os vilarejos, foi uma viagem noturna para chegarmos em Corumba de manhã, comprar o para brisas e retornar a noite novamente.
Em todas as paradas tinham crianças com idade entre 5 e 15 anos vendendo varias coisas entre elas, muito limão, (não entendi porque tanto limão se aquela vida já é tão azeda).
Uma visão terrível, dezenas, creio que quase uma centena de crianças vendendo de tudo e não esperavam o trem parar, eles pulavam de um lado ao outro da ferrovia com o trem em movimento, todos subnutridos, implorando para que os passageiros comprassem suas mercadorias.
Não fotografei, era uma visão horrível e o trem parava em todos os vilarejos que encontrava.
Como não havíamos nos prevenido quanto a comida, fui ate o vagão restaurante para ver oque poderíamos comer.
Quase vomitei antes de chegar ao vagão e não tive coragem de abrir a porta, tão horrível era o cheiro daquele vagão.
Tivemos que nos contentar com uma ou duas coca-colas ate o dia seguinte quando chegamos em Corumbá e procuramos um bar aberto para tomarmos um café e um hotel para tomar um banho.
Coincidentemente encontramos um revenda de para-brisas que ficava em frente uma revenda de motos Honda.
Como eu sou proprietário de um imóvel comercial aqui na minha cidade e que alugo para o mesmo grupo de revendas, facilitou um pouco para que levássemos o para-brisas ate a fronteira e embarcar no trem.
Bastou uma ligação e eles se colocaram a nossa inteira disposição.
Compramos o vidro, embalamos da melhor maneira possível e levamos para o lado boliviano para ser embarcado a noite juntamente conosco.
Mais uma decepção, os embarcadores só embarcariam o vidro mediante propina.
Desculpem-me o palavreado, mas PUTA QUE PARIU QUE POVO DE MERDA.
Já sem paciência, desejando um infarto fulminante, me contive mais uma vez e paguei para aqueles estupradores poderem embarcar nossa encomenda e mesmo assim eles apenas embarcavam, não garantiam se estava bem acomodado ou não. Eu tive que providenciar uma corda para amarrar e me garantir que o vidro não se quebrasse no trajeto de volta.
Nisso ficamos enrolados o dia todo.
Tomamos outro banho comemos alguma coisa e voltamos para Santa Cruz.
Vista lateral do tem que nos levou ate Corumbá.
Não tive coragem de fotografar as crianças,
era madrugada e a visão daquelas crianças correndo
risco de morte a todo momento não me animou
a fotografar.
Acima uma foto da minha companheira de viagem
entrando no Expresso Oriental em Santa Cruz.
Na foto acima outra vista lateral do trem no retorno
para Santa Cruz.
Chegamos em Santa Cruz as 6:30 da manhã e fomos procurar um táxi para nos levar juntamente com nosso vidro ate o taller de funilaria.
Mais uma vez outra vontade de ter outro infarto fulminante.
Todos os táxis quando percebiam que eramos brasileiros o valor da corrida com a bagagem quadruplicava de preço.
Finalmente conseguimos um que nos levasse e ele foi xingando a minha mãe ate nosso destino final, pois a todo momento eu pedia para ele ir devagar, pois estávamos transportando um vidro.
Chegamos no destino, paguei o boliviano e levei o vidro para dentro da oficina.
Fiz questão te tirar algumas fotos do vidro sendo desembalado para provar que não estava danificado.
Vou procurar as fotos e posto posteriormente.
A maior parte das fotos ficaram no PC da minha companheira, que agora é ex companheira e não tenho acesso a essas fotos, mas irei postando todas que encontrar.
na sexta feira conforme combinado, fomos buscar a caminhonete e é claro, serviço de boliviano, (já sabem oque eu quero dizer com isso).
Passamos o final de semana arrumando tudo que tínhamos, lavamos o trailer, deixamos tudo em ordem para seguir viagem.
Mas antes fomos conhecer Samaipata. Saímos na segunda feira pela manhã.
Samaipata é uma palavra quichua que significa altura para descansar, la existe a maior rocha esculpida do planeta. Com uma altitude de 1.600 a 1.800 metros e um clima muito agradável, fomos conhecer a grande rocha que fica a 2.000 metros de altitude. Logo de cara adorei Samaipata, lugares pitorescos, pessoas bem educadas.
Samaipata fica ha 120 quilômetros de Santa Cruz no sopé da Cordilheira dos Andes a caminho de Sucre.
É uma cidade pequena com numerosas casas em estilo colonial, possui uma variedade de hotéis e agencias te turismo.
O Forte de Samaipata não é o único ponto turístico da região, mas nos conhecemos apenas El Fuerte de Samaipata.
Não ha serviços de táxis ou ônibus regulares, apenas os ônibus de turismo e umas duas vezes por semana ônibus para Samaipata e Sucre.
A enorme rocha esculpida, sem comparação no mundo é patrimônio da humanidade, uma das maiores construções monolíticas do planeta.
Se você entrar no Google e digitar "El Fuerte de Samaipata", ou "Samaipata, BO"entre em imagens e terá uma noção do motivo de eu ter gostado tando de Samaipata e do forte de Samaipata.
Placa na entrada do
"EL FUERTE DE SAMAIPATA"
Na foto acima, o forte em pequena escala para
visitação.
El Fuerte.
Não podia pisar la, mas claro, como todo bom
brasileiros que somos...
Outra visão de um dos lados do forte.
O Forte.
Minha companheira em Samaipata.
Para chegarmos no Forte, tivemos que atravessar
esse pequeno riacho.
Na foto acima uma alemã estava dando a volta
ao mundo em uma moto, sozinha.
Também estava indo conhecer El Furte.
Ficamos hospedados nessa pousada, muito
aconchegante de um alemão radicado
na Bolívia ha mais de 30 anos.
Ele possuía uns 3 hectares e estava
sempre aumentando quantidade de
quartos.
Ele arquiteto e a esposa artesã.
Praça em Samaipata.
Muitos lugares encantadores, acho que foi o único
lugar em toda a Bolívia em que eu me identifiquei.
Subindo para Samaipata
Comprando alguns postais.
Vista do Forte.
Vista do Forte.
Vista do Forte.
Sarita por la é um nome muito comum, é diminutivo
de Sara, uma maneira carinhosa de dizer Sara.
Entrada do Forte.
Um senhor bem simples que estava na Bolívia porque a filha havia ido para la e ele ficou viúvo e resolveu morar com a filha.
Fizemos nossas refeições la, uma comida brasileira, caseira muito boa. já estava com muita saudades de uma comidinha caseira, de um arroz com feijão um bife e um ovo frito, rsrs.
Ótimo, esteve maravilhoso.
Estava muito frio a 1800 metros de altitude e não estávamos preparados para dormir, então fomos providenciar roupas para o dia seguinte.
Dormimos em uma pousada muito aconchegante de um alemão.
Adoramos muito Samaipata.
Sem sombra de duvidas, Samaipata foi o local em toda a Bolívia em que mais me identifiquei, pena que ficamos apenas dois dias, gostaria de ter ficado mais.
Foi realmente um passeio maravilhoso. Voltamos no dia seguinte já bem a tarde para Santa Cruz.
No dia seguinte descansamos, abastecemos a caminhonete para seguir viagem no dia seguinte.
Fizemos grandes amigos no hotel onde ficamos, de hospedes a funcionários do hotel, ate hoje, dois anos depois ainda tenho contato com dois deles, duas garotas que trabalhavam la na época. As vezes trocamos algumas mensagens.
Na foto acima, amigos que fizemos no Hotel
O primeiro da esquerda é o Rafael garimpeiro.
Ao centro e a minha companheira na época.
Ainda no Hotel, Sarita se fazendo de gravida.
A sua esquerda Rubi, com quem ainda mantenho contato,
e Denar, gerente do hotel.
Mal sabíamos nós oque nos aguardava por la.
Mais corrupção, decepção, vontade de voltar, mas também fizemos boas amizades com toda a diretoria da Federação Boliviana de Rally, incluindo o presidente, vice e diretores, que foram sempre muito gentis conosco.
Fomos convidados de honra para ir a um Raly em Potosi , fomos roubados de madrugada e Challapata, passamos por Oruro, (onde tem o carnaval mais pitoresco de toda a Bolívia) e não deu para conhecer o museu da casa da moeda.
Mas é assunto para a próxima postagem.
Prometo não me demorar, (mas sempre demoro, rsrs).
Mais uma vez, me perdoem pelos erros de português, gramatica e digitação.