terça-feira, 19 de novembro de 2013

02/2011 / 19/11/2013

A AVENTURA CONTINUA EM SANTA CRUZ DE LA SIERRA.
CORRIDA ATE CORUMBÁ PARA COMPRAR UM PARA BRISAS.


Muito bem galera, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, (ou quase todos).
Nós pegamos dois acontecimentos importantes em Santa Cruz, um deles foi o carnaval e outro foi a comemoração de 450 anos de fundação da cidade de Santa Cruz. Um dos grandes acontecimentos foi exatamente no dia 27/02/2011 que caiu em um domingo, com muitas atrações, muitas comemorações shows de rock, musicas populares, artistas de rua, atividades sociais, e mais uma serie de eventos populares.
Santa Cruz foi fundada em 1561 e 450 anos é uma data muito importante para se comemorar.
Apesar de (comentário meu e não da população) ser um pais que ao meu ver jamais sairá da miséria, é um povo algumas vezes alegres, descontraídos (também, não tem lei...), um povo que anda nas ruas despreocupado com tudo, apenas quem se preocupa são os estrangeiros, pois a policia esta sempre pedindo documentos e exigindo propina.
Foi uma semana de festas e muitas comemorações.
No domingo, 27/02/2011, eu sai para comprar um jornal, pois nele havia um encarte com algumas dezenas de paginas distribuído gratuitamente para quem comprava o jornal onde falava de toda a história de Santa Cruz.
Claro que uma história muito "maquiada", afinal estávamos na Bolívia, (se no Brasil é assim, imagine na Bolívia) mas deu para conhecer um pouco da história daquele povo, seus costumes, suas crenças, seus "famosos" antepassados e toda a estoria que o governo enfia garganta abaixo dos bolivianos que acreditam em 99% do que ouvem a respeito de seu pais.
Comprei também um encarte com fotografias de todos os presidentes que o pais já teve.
Por la existem muitos brasileiros que adoram morar naquele pais, pois não se paga impostos, se faz oque quer e o governo não se intromete muito com a classe media.
Eu conheci um comerciante brasileiro que mora na Bolívia ha mais de vinte anos e um dia em nossas conversas eu perguntei a ele oque tinha de tão especial na Bolívia, um pais tão pobre, que o fazia gostar tanto de la?
Ele me respondeu que aqui no Brasil ele era um simples empregado que não tinha valor algum, além de não ser valorizado, não ganhava o suficiente nem para sustentar a família, e la na Bolívia ele era respeitado, tinha casa própria, carro importado, ganhava bem (muito mais que a classe media), filho que estudava medicina...enfim, segundo ele era muito melhor o conforto boliviano do que as agruras que passava aqui no Brasil.
Nem discordei com ele e nem discordo agora, pois aqui no Brasil você paga centenas de impostos, não vive bem, esta sempre na malha fina, não tem casa própria e muito menos um carro zero km.
Se for empregado esta fodido e se for patrão esta ferrado, ou seja, aqui no Brasil, se ficar o bicho come e se correr o bicho pega.
Só não pega os corruptos de Brasilia (mas me parece que nosso Joaquim Barbosa esta dando um jeitinho nisso), tomara que consiga.
Como vocês viram na postagem anterior, o carnaval deles é a coisa mais estranha que já vi para uma manifestação com esse caráter, apesar que aqui no Brasil nós também perdemos o foco do verdadeiro significado do carnaval.
Passamos o carnaval por la, compramos aquelas capas para nos proteger um pouco da tinta e nos divertimos um pouco.
Findando a semana fomos ver o andamento da minha caminhonete e para meu espanto eles haviam quebrado o para brisas...
Ai meu pai...
Outra briga com aqueles bolivianos.
Eles alegavam que o para-brias estava quebrado, mas evidentemente que não estava e depois de muita briga eles reconheceram que quebraram tentando desamassar o para lamas esquerdo. Como não existe revendas em Santa cruz, eles queriam ir ate uma fabrica de para brisas para mandar fazer um novo. Eu não aceitei de forma alguma.
Então combinamos que eu pegaria um trem e iria ate Corumba no Brasil e compraria um para brisas novo e descontava do valor do conserto.
No dia seguinte partimos para Corumba, uma viagem de 12 horas de trem. A coisa mais estranha que já vi.
O trem parava em todos os vilarejos, foi uma viagem noturna para chegarmos em Corumba de manhã, comprar o para brisas e retornar a noite novamente.
Em todas as paradas tinham crianças com idade entre 5 e 15 anos vendendo varias coisas entre elas, muito limão, (não entendi porque tanto limão se aquela vida já é tão azeda).
Uma visão terrível, dezenas, creio que quase uma centena de crianças vendendo de tudo e não esperavam o trem parar, eles pulavam de um lado ao outro da ferrovia com o trem em movimento, todos subnutridos, implorando para que os passageiros comprassem suas mercadorias.
Não fotografei, era uma visão horrível e o trem parava em todos os vilarejos que encontrava.
Como não havíamos nos prevenido quanto a comida, fui ate o vagão restaurante para ver oque poderíamos comer.
Quase vomitei antes de chegar ao vagão e não tive coragem de abrir a porta, tão horrível era o cheiro daquele vagão.
Tivemos que nos contentar com uma ou duas coca-colas ate o dia seguinte quando chegamos em Corumbá e procuramos um bar aberto para tomarmos um café e um hotel para tomar um banho.
Coincidentemente encontramos um revenda de para-brisas que ficava em frente uma revenda de motos Honda.
Como eu sou proprietário de um imóvel comercial aqui na minha cidade e que alugo para o mesmo grupo de revendas, facilitou um pouco para que levássemos o para-brisas ate a fronteira e embarcar no trem.
Bastou uma ligação e eles se colocaram a nossa inteira disposição.
Compramos o vidro, embalamos da melhor maneira possível e levamos para o lado boliviano para ser embarcado a noite juntamente conosco.
Mais uma decepção, os embarcadores só embarcariam o vidro mediante propina.
Desculpem-me o palavreado, mas PUTA QUE PARIU QUE POVO DE MERDA.
Já sem paciência, desejando um infarto fulminante, me contive mais uma vez e paguei para aqueles estupradores poderem embarcar nossa encomenda e mesmo assim eles apenas embarcavam, não garantiam se estava bem acomodado ou não. Eu tive que providenciar uma corda para amarrar e me garantir que o vidro não se quebrasse no trajeto de volta.
Nisso ficamos enrolados o dia todo.
Tomamos outro banho comemos alguma coisa e voltamos para Santa Cruz.


Vista lateral do tem que nos levou ate Corumbá.
Não tive coragem de fotografar as crianças,
era madrugada e a visão daquelas crianças correndo
risco de morte a todo momento não me animou 
a fotografar.


Acima uma foto da minha companheira de viagem
entrando no Expresso Oriental em Santa Cruz.



Na foto acima outra vista lateral do trem no retorno
para Santa Cruz.


Chegamos em Santa Cruz as 6:30 da manhã e fomos procurar um táxi para nos levar juntamente com nosso vidro ate o taller de funilaria.
Mais uma vez outra vontade de ter outro infarto fulminante.
Todos os táxis quando percebiam que eramos brasileiros o valor da corrida com a bagagem quadruplicava de preço.
Finalmente conseguimos um que nos levasse e ele foi xingando a minha mãe ate nosso destino final, pois a todo momento eu pedia para ele ir devagar, pois estávamos transportando um vidro.
Chegamos no destino, paguei o boliviano e levei o vidro para dentro da oficina.
Fiz questão te tirar algumas fotos do vidro sendo desembalado para provar que não estava danificado.
Vou procurar as fotos e posto posteriormente.
A maior parte das fotos ficaram no PC da minha companheira, que agora é ex companheira e não tenho acesso a essas fotos, mas irei postando todas que encontrar.
na sexta feira conforme combinado, fomos buscar a caminhonete e é claro, serviço de boliviano, (já sabem oque eu quero dizer com isso).
Passamos o final de semana arrumando tudo que tínhamos, lavamos o trailer, deixamos tudo em ordem para seguir viagem.
Mas antes fomos conhecer Samaipata. Saímos na segunda feira pela manhã.
Samaipata é uma palavra quichua que significa altura para descansar, la existe a maior rocha esculpida do planeta. Com uma altitude de 1.600 a 1.800 metros e um clima muito agradável, fomos conhecer a grande rocha que fica a 2.000 metros de altitude. Logo de cara adorei Samaipata, lugares pitorescos, pessoas bem educadas.
Samaipata fica ha 120 quilômetros de Santa Cruz no sopé da Cordilheira dos Andes a caminho de Sucre.
É uma cidade pequena com numerosas casas em estilo colonial, possui uma variedade de hotéis e agencias te turismo.
O Forte de Samaipata não é o único ponto turístico da região, mas nos conhecemos apenas El Fuerte de Samaipata.
Não ha serviços de táxis ou ônibus regulares, apenas os ônibus de turismo e umas duas vezes por semana ônibus para Samaipata e Sucre.
A enorme rocha esculpida, sem comparação no mundo é patrimônio da humanidade, uma das maiores construções monolíticas do planeta.
Se você entrar no Google e digitar "El Fuerte de Samaipata", ou "Samaipata, BO"entre em imagens e terá uma noção do motivo de eu ter gostado tando de Samaipata e do forte de Samaipata.

Placa na entrada do
 "EL FUERTE DE SAMAIPATA"

Na foto acima, o forte em pequena escala para
 visitação. 



El Fuerte.





Não podia pisar la, mas claro, como todo bom 
brasileiros que somos...


Outra visão de um dos lados do forte.


O Forte.


Minha companheira em Samaipata.


Para chegarmos no Forte, tivemos que atravessar
esse pequeno riacho.


Na foto acima uma alemã estava dando a volta
 ao mundo em uma moto, sozinha.
Também estava indo conhecer El Furte.



Ficamos hospedados nessa pousada, muito 
aconchegante de um alemão radicado
na Bolívia ha mais de 30 anos.
Ele possuía uns 3 hectares e estava
sempre aumentando  quantidade de
quartos.
Ele arquiteto e a esposa artesã.


Praça em Samaipata.


Muitos lugares encantadores, acho que foi o único
lugar em toda a Bolívia em que eu me identifiquei.


Subindo para Samaipata



Comprando alguns postais.

Vista do Forte.



Vista do Forte.


Vista do Forte.

Sarita por la é um nome muito comum, é diminutivo 
de Sara, uma maneira carinhosa de dizer Sara.



Entrada do Forte.





Encontramos um brasileiro que tem um restaurante bem simples, mas agradável.
Um senhor bem simples que estava na Bolívia porque a filha havia ido para la e ele ficou viúvo e resolveu morar com a filha.
Fizemos nossas refeições la, uma comida brasileira, caseira muito boa. já estava com muita saudades de uma comidinha caseira, de um arroz com feijão um bife e um ovo frito, rsrs.
Ótimo, esteve maravilhoso.
Estava muito frio a 1800 metros de altitude e não estávamos preparados para dormir, então fomos providenciar roupas para o dia seguinte.
Dormimos em uma pousada muito aconchegante de um alemão.
Adoramos muito Samaipata.
Sem sombra de duvidas, Samaipata foi o local em toda a Bolívia em que mais me identifiquei, pena que ficamos apenas dois dias, gostaria de ter ficado mais.
Foi realmente um passeio maravilhoso. Voltamos no dia seguinte já bem a tarde para Santa Cruz.
No dia seguinte descansamos, abastecemos a caminhonete para seguir viagem no dia seguinte.
Fizemos grandes amigos no hotel onde ficamos, de hospedes a funcionários do hotel, ate hoje, dois anos depois ainda tenho contato com dois deles, duas garotas que trabalhavam la na época. As vezes trocamos algumas mensagens.
Na foto acima, amigos que fizemos no Hotel
O primeiro da esquerda é o Rafael garimpeiro.
Ao centro e a minha companheira na época.

Ainda no Hotel, Sarita se fazendo de gravida.
A sua esquerda Rubi, com quem ainda mantenho contato,
e  Denar, gerente do hotel.


Com tudo arrumado e prontos para seguir viagem, partimos de Santa Cruz de la Sierra no dia seguinte bem cedo rumo a Cochabamba.
Mal sabíamos nós oque nos aguardava por la.
Mais corrupção, decepção, vontade de voltar, mas também fizemos boas amizades com toda a diretoria da Federação Boliviana de Rally, incluindo o presidente, vice e diretores, que foram sempre muito gentis conosco.
Fomos convidados de honra para ir a um Raly em Potosi , fomos roubados de madrugada e Challapata, passamos por Oruro, (onde tem o carnaval mais pitoresco de toda a Bolívia) e não deu para conhecer o museu da casa da moeda.
Mas é assunto para a próxima postagem.
Prometo não me demorar, (mas sempre demoro, rsrs).
Mais uma vez, me perdoem pelos erros de português, gramatica e digitação.




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

02/2011 / 10/09/2013
A AVENTURA CONTINUA, AGORA EM SANTA CRUZ DE LA SIERRA.


Bem galera conforme prometido e mais uma vez não cumprido, eu voltei a postar, ate que nem demorei tanto...
Agora em Santa Cruz e sabendo que teríamos que ficar pelo menos uma semana, resolvemos explorar o território.
Fizemos amizade com um garimpeiro surinamês de nome Rafael. Ele tinha um garimpo de ouro no Amazonas e um la mesmo na Bolívia, porém por um motivo que eu não entendi muito bem, o governo da Bolívia fechou o garimpo dele e ele estava la para levar suas maquinas embora, tira-las de la.
Segundo ele ele tinha que ficar de olho pois eles estavam depenando suas maquinas de garimpo e pelo visto era um maquinário caro.
Quando ele chegou na Bolívia, pagou um motorista de táxi por dia para ficar com ele andando na cidade toda a fim de conhecer bem a cidade, (claro que por trás de tudo isso sempre tinha uma segunda intenção).
A Bolívia é dividida em dois povos, os Collas (Colhas) e os Cambas. Os Collas é o povo indigena e os Cambas são os mestiços que habitam a parte baixa do pais, e Santa Cruz é a capital Camba.
Os Collas não gostam muito dos Cambas e o contrario.
Conversamos por cerca de uma hora mais ou menos e fomos conhecer a Ramada.
Ramada é uma feira enorme ao ar livre, talvez a maior do pais, (eu nunca vi nada igual).
La se vende de tudo, de ouro, joias, a fetos de lhama. Tudo que se pode pensar é vendido na Ramada (La Ramada).
No caminho fomos conhecendo um pouco mais desse povo que achamos nada hospitaleiros e claro fotografando muitas coisas interessantes.
Em uma dessas fotos a mestiça que fotografamos ameaçou nos jogar uma banana, ela estava com um carrinho de mão vendendo frutas e estava dormindo, acordou bem na hora da foto, tivemos que apertar o passo para não ganhar uma bananada.

Ai esta a senhora (figura) que iria nos matar com
uma bananada, rsrs.
Ela estava dormindo e aproveitamos para tirar
uma foto pitoresca, só que ela acordou bem
na hora do "clic" da maquina.
Ficou mega brava e iria nos atirar uma banana.
Mas a foto saiu, hehe.

Passado o susto da bananada, seguimos em frente, estranhamos que os carros passavam nas ruas buzinando o tempo todo, mesmo não tendo ninguém na frente eles sempre estavam buzinando, descobrimos pouco tempo depois que la não tem preferencial. Funciona assim, "de preferencia não bater" e portanto eles andavam por todo o percurso buzinando, pois se houvesse algum outro veiculo vindo nas outras ruas eles ficavam em alerta e quem não para geralmente bate.
Os carros são de todas as partes do mundo, os táxis são os piores. Lá você pode dirigir um táxi, basta comprar na feira um adesivo ou uma bandeirinha de táxi e colocar no seu carro e pronto. Não é preciso pagar taxa alguma e já é um taxista.
Comprar ou legalizar um carro ma Bolívia também é muito fácil, basta levar o carro e seus documentos pessoais ate um despachante e coloca o veiculo importado em seu nome, não é preciso documento de compra e venda muito menos de importação, (hoje você paga uma pequena taxa para o governo e legaliza o veiculo, sem necessidade de documento de compra ou de documentos de importação, ou seja o governo boliviano legalizou o roubo).
Os carros roubados nos países vizinhos ou trazidos de longe que tem a direção do lado direito são transformados no Peru e passam a direção para o lado esquerdo, mas o painel permanece do lado direito, esses carros são muito usados por taxistas ou pessoas menos favorecidos, geralmente são muito velhos e tem alguns que tem como banco, cadeiras de jardim, aquelas com cordinhas de nylon.
Uma corrida de táxi custava Bs10,00, (dez Bolivianos) o equivalente a R$2,50, para praticamente qualquer lugar de Santa Cruz, claro que uma corrida maior custava um pouco mais cara, mas por Bs10,00 você vai praticamente para qualquer lugar da cidade.
Nós estávamos no centro, então quando usávamos um táxi, era sempre Bs10,00 (R$2,50).
É amigão a coisa la é feia.
Mas tem também muitos carros de luxo, muitos mesmo.
Limousines vimos varias no centro de Santa Cruz, carros de luxo, caríssimos aqui no Brasil, víamos aos montes. A minha caminhonete, uma S10 do ano, valia la cerca de R$25.000,00, ou seja um quarto do preço daqui. Os comerciantes e as pessoas mais abastadas tinham os melhores carros. Claro que todos são importados, pois a Bolívia não fabrica carros e uma parte são roubados em outros países e uma parte são importados, visto que a importação é livre de impostos.
E continuamos caminhando pela cidade, conhecendo o povo local, sua cultura, construções diferentes etc.
Chegamos na Ramada, ficamos espantados com oque vimos. Uma feira enorme onde se vende de tudo.


De tudo mesmo, você compra de um 
simples brinquedo, a ferramentas importadas,
roupas, utensílios domésticos, joias em ouro,
em prata...


Essa foto ai em cima é uma mestiça preparando comida, 
o cheiro é horrível, causa ânsia, e por varias vezes 
eu tive que tapar o nariz para poder atravessar uma
 banca dessas. 
A minha companheira me chamava a atenção,
 pois podíamos estar ofendendo e a coisa
 podia se complicar para  nosso lado. 
Mas realmente não dava, por vaias vezes 
eu me senti mal.
Eles fazem uma coisa estranha que cheira muito mal, 
parece uma "lavagem", e vendem aquilo para
as pessoas que trabalham ali, ou para os
bolivianos que vivem ali.
Além do mau cheiro tem a total falta de higiene.
Não lavam nada, apenas enxaguam tudo na mesma 
água escura de tanta sujeira. 
É nojento ao extremo.
Os bolivianos que me perdoem, mas é 
muito nojento mesmo.


Essa foto acima são fetos de lhama que 
eles vendem como amuleto para dar sorte.


É uma coisa horrível de se ver, eu passava e tentava 
não olhar, quem batia essas fotos era a minha 
companheira de viagem.


Acima uma tipica boliviana vendendo frutas.


Depois do almoço uma soneca.



Minha companheira de viagem em frente a uma banca.
Quando se aproxima para comprar alguma coisa
e eles percebem seu sotaque o preço imediatamente sobe.
É uma coisa impressionante.




Mais fetos de lhama, e eu ficava pensando, como pode 
em pleno seculo XXI, pessoas acreditarem que isso
pode trazer sorte?
Uma coisa de um extremo mal gosto.
Um pais de muitos contrastes, de muita carência
e ao mesmo tempo com muitas belezas naturais,
mas é um povo que não se respeita, que não tem 
educação, que não tem cultura.



Quanto mais o tempo passava e os dias corriam, mais eu via que aquele pais não tem conserto e pensava no Brasil. 
As pessoas não se respeitam, não respeitam o semelhante, não tem amor aos animais, nem mesmo com os animais domésticos.
Eles mexem com sua esposa com você ao lado, assoviam, "passam cantada", e nem se importam com você ou com ela.
Fomos varias vezes na Ramada, comprei algumas ferramentas que eu pagaria umas cinco vezes mais se fosse aqui no Brasil.
Minha companheira comprou um perfume francês muito barato e mais algumas coisas, compramos souvenires, lembranças, etc...
E por ali ficamos por esses dias ate que minha caminhonete ficasse pronta.
No segundo dia de estadia em Santa Cruz, o Vice-Cônsul nos convidou para jantar.
Passamos uma noite agradável jantamos, tomamos uma garrafa de vinho e fomos para o hotel.
Mas nesse jantar ele nos contou vários casos que acontecem na Bolívia, casos de brasileiros que tentam traficar e são presos na Bolívia, e apanham muito nas cadeias de la, o governo gosta de mostrar isso para a mídia internacional, mas claro que é somente para mostrar, pois o pais vive da cocaína.
Nos contou casos impressionantes que ele mesmo presenciava, pois como Vice-Consul, tinha que cuidar pessoalmente de todos os casos em que envolviam brasileiros.
Não vou citar nenhum pois não acho apropriado e nem sei se posso fazer isso..
Nos falou também de um bairro que se chama "Barrio Lindo".
Nesse bairro também tem uma feira, só que uma feira mais organizada onde tem mercadorias de melhor qualidade, muitas delas de ótima qualidade, também compramos muita coisa la e por preços inacreditavelmente baratos.
Dois dias depois ele nos levou a essa feira.
Foi realmente uma semana gostosa, passeamos, conhecemos uma boa parte da Santa Cruz e nos divertimos bastante.
Conhecemos o pessoal do hotel, os funcionários, hospedes fixos e os que estavam de passagem.
Finalmente chegou a tão sonhada sexta feira, dia de buscar a caminhonete.
Eu deveria ter verificado o serviço, mas estava tão bom conhecendo a cidade e todas as suas belezas (e estranhezas) que acabei nem indo.
Muito bem, na sexta feira pela manhã eu fui ate o taller de funilaria (oficina de funilaria).
Adivinhem qual foi a minha surpresa???
Caramba, eu não aprendo mesmo, nem depois de velho...
Ele não haviam colocado a mão na caminhonete, eu ainda tive que procurar por ela no meio de quase uma centena de carros.
Fui imediatamente falar com o proprietário da oficina e fiquei muto P. da vida.
Falei um monte, mas percebi que não resolveu nada, ficamos por mais de duas horas batendo boca, mas o FDP nem pestanejava, eu já estava correndo o risco de apanhar daquela turma, pois tinha mais de dez funcionários, ainda bem que eles não entendem a nossa língua pois eu falei alguns palavrões bem fortes.
Vendo que não resolvia nada eu voltei para o hotel, pensando em que fazer, pensei em conversar com o Roberto, o Vice_Cônsul, voltei a pé para me acalmar e pensar em uma maneira de desfazer aquele negócio e levar para uma outra funilaria.
Muito bem, chegando no hotel, me encontrei com o Rafael, o garimpeiro e contei para ele a historia, falei que me deram um tempo, falei que paguei uma parte adiantado, etc. e que cheguei la e não haviam colocado a mão no carro.
Então o Rafael me perguntou.
- Você quer que eu te ajude?
Mais que depressa eu disse que sim. Então ele disse, vamos la na segunda feira depois que eu voltar da academia.
O Rafael era um cara fortão, fazia academia todos os dias e estava esperando suas maquinas do garimpo.
(não sei porque não consigo acreditar que o nome dele era Rafael...Um surinamês de mais de 40 anos com nome de Rafael??? Estranho).
Muito bem, passamos um final de semana muito chateados, pois contávamos com a caminhonete pronta para seguirmos a viagem.
No domingo a noite me encontrei com Rafael e combinamos de ir ate la por volta das 10:30 da manhã.
Me encontrei com ele na manhã seguinte e rumamos para a oficina, no caminho o Rafael me disse assim "Seca" (eles não conseguem usar a letra "z", não sabem soletrar a consoante "z").  Ele disse, Zéca, nos vamos ter que contar uma mentirinha la na oficina, (rsrs, me lembro como se fosse hoje, ate parece que estou ouvindo a voz dele, com um sotaque estranho, diferente), nos vamos dizer que eu sou seu patrão, que moro no Suriname e que sou garimpeiro, e que você é meu empregado, que estava aqui cuidando do meu garimpo, que bateu a caminhonete e que ela não ficou pronta a tempo e eu não estou acreditando em você então vim pessoalmente aqui na Bolívia para checar essa história.
E disse para deixar o restante com ele, apenas para concordar e pronto, o resto era com ele.
Tudo bem, eu concordei e chegamos na oficina. (Bs 10,00 de táxi, R$2,50).
Chegamos na oficina o Rafael perguntou quem era o dono e eu não o vi por perto então fomos ate o escritório e mandamos chamar o proprietário.
Logo em seguida chegou o cidadão com que eu havia ficado muito p da vida.
Pedimos para ver a caminhonete e ela estava no mesmo lugar, apenas mais suja.
O Rafael começo a representação em tom um pouco alto de voz.
Ele disse assim em espanhol.
Meu amigo, meu nome é Rafael eu sou dono de alguns garimpos de ouro e esse rapaz aqui é meu empregado.
Acontece que ele cuida de um garimpo meu aqui na Bolívia e bateu o carro em um asno e isso já faz mais de dez dias e todos os dias eu telefono e pergunto do garimpo e da minha caminhonete e a resposta é sempre a mesma. Eu não sei como esta o garimpo pois eu bati a caminhonete e ainda não foi consertada e eu preciso de mais dinheiro, pois estou hospedado em um hotel.
Mas ele me fala isso toda vez que eu ligo e o meu garimpo esta sem o gerente.
Todos os dias ele me pede dinheiro então eu resolvi checar isso de perto, pois estou achando que meu empregado é um mentiroso.
Mas agora eu estou vendo que o mentiroso aqui não é ele mas sim vocês.
"Dai para frente o tom de voz de alto passou a alterado".
E continuou:
(com tom de voz alterado). Olha aqui meu amigo, quando ele veio aqui para esse taller para trazer a minha caminhonete  ele veio acompanhado do Cônsul brasileiro que é meu amigo, mas agora a coisa vai mudar um pouco.
Eu vou dar a vocês um prazo de uma semana para que a minha caminhonete fique pronta, e não sera mais o cônsul que vira busca-la, seremos apenas eu e a minha 45, e passou a mão nas costas e tirou uma pistola calibre 45.
Aumentou um pouco mais o tom da voz se aproximou um pouco do cidadão e disse:  -Você esta me compreendendo?
Galera, nessa nora eu perdi uns 3 litros de água de tanto que eu suava, eu pensei, meu Deus se esse cara da um tiro aqui, oque eu vou fazer? Comecei a pensar nas coisas que o cônsul nos falou sobre brasileiros que ficam presos na Bolívia...ai eu me desesperei mesmo, nem conseguia andar.
Ele apontou o revolver para a cabeça do dono da oficina (que eu já estava ate com pena) e perguntou novamente: -Você esta me compreendendo?? (Isso gritado).
O dono não falou, mas acenou com um sim com a cabeça, então o Rafael disse chame todos seus empregados aqui, agora.
Como eles estavam em dois na oficina, o dono dos porcos mandou um deles chamar a porcada toda.
Quando estavam todos juntos dentro da oficina ele repetiu novamente todo o discurso para que todos ouvissem.
Eu nem saia do lugar, apenas transpirava e pensava no que o Cônsul havia dito...
Ai meu Pai se esse cara resolve dar um tiro eu nem consigo correr, estou frito.
Pairou uns dois ou tês segundos de silencio no ar.
E perguntou se alguém ali tinha alguma duvida do que ele estava falando, perguntou repetidas vezes se todos tinham compreendido bem tudo que ele estava falando e também a respeito do prazo de uma semana.
Todos disseram que sim, alguns apenas com gestos outros disseram sim.
E o Rafael continuou, como ali havia um computador e uma impressora ele disse para alguém se sentar frente ao computador que ele iria ditar todo o sermão para ficar registrado. E assim fez, falou todo novamente mas como um compromisso. Terminado ele mandou que imprimisse em duas vias e fez com que todos assinassem o papel.
Todos assinaram de forma tão gentil e voluntariosamente que eu nem acreditei.
Como é lindo o dom da palavra...Falando na linguagem certa se consegue de tudo...
Enquanto eles assinavam o documento o Rafael disse, eu quero que você trabalhem todos os dias ate as 10 horas da noite, pois eu venho aqui todos os dias para verificar o andamento do serviço, eu já perdi muito dinheiro por conta de vocês.
Enfiou a pistola nas costas novamente e nos viramos para ir embora. 
O Rafael parou se virou para eles e disse: -hoje as 10 da noite eu venho para ver como anda a minha caminhonete.
Saímos dali e fomos tomar uma cerveja para recuperar as energias (as minhas).
Tomamos umas duas cervejas e fomos pra o hotel, ate então eu estava agindo como se tudo aquilo fosse uma coisa normal.
Mas acho que só parei de tremer mesmo quando já estava no hotel e vi que nada de pior havia acontecido.
Por volta das 20:30 o Rafael me chamou no quarto e disse: -"Seca" vamos ao taller, eu disse para eles trabalharem ate as 10 da noite, vamos ver se obedeceram.
Ai meu Pai, tomara que ele não esteja armado de novo.
E fomos para a oficina e para nossa surpresa estavam todos os dez  funcionários e o dono da oficina em volta da caminhonete.
Incrível oque a boa educação e troca de gentilezas não faz com as pessoas. Primeiro mundo é outra coisa, rsrs.
Vimos que eles estavam trabalhando, o Rafael elogiou e disse, -Volto aqui amanhã pela manhã.
Fomos embora.
Esse é o nosso salva-vidas Rafael que me tirou
de uma roubada em Santa Cruz.
Nesse dia ele estava fazendo uma comida
tipica do Suriname, ficamos amigos do
pessoal do hotel, então já nos dias finais, a 
Sarita fez um almoço e o Rafael fez uma
refeição tipica do Suriname.
Estava muito bom.
São lembranças que a gente nunca se esquece.

No dia seguinte por volta das 10:30 da manhã encontrei o Rafael na recepção do hotel e fomos para a oficina e claro, estavam todos trabalhando na caminhonete.
Repetimos esse procedimento ate quarta feira.
Na quinta feira fomos eu e a minha companheira ate a oficina, e para nossa surpresa eles haviam quebrado o para-brisas. Disseram que já estava assim, mas não estava. Tentaram puxar a lataria da tampa do motor e quebraram o vidro.
A Sarita ficou possessa,  Gritou, brigou xingou, quase teve um ataque. 
Só pararam de tentar nos enganar quando eu falei que chamaria o Rafael.
Mas acontece que na Bolívia não tem concessionarias, consequentemente não haveria um para-brisas para comprar.
Rodamos a cidade toda e nada. Eles queriam que eu colocasse um vidro de outro veiculo e diziam que ficaria perfeito, mas eu já estava ficando calejado com tantas falcatruas e mentiras deles.
Não aceitei e tivemos que ir ate Corumbá no Brasil para comprar um para-brisas novo.
Já estava chegando o final de semana e era carnaval.
Como não daria para comprar um para-brisas no final de semana, fomos aproveitar o carnaval boliviano.
"Estamos no inferno, dar um abraço no capeta não custa nada"
Estranho como as culturas se diferem tanto e como isso influencia nas pessoas.
O carnaval de la é assim: as pessoas ficam andando de um lado para outro nas ruas da cidade todas elas com "jalecos" e jogando tinta umas nas outras e com umas marchinhas estranhas (própria da cultura deles).
Eles compram umas armas de brinquedo que atira jatos de tinta a uma distancia considerável, e saem palas ruas da cidade. Algumas republicas de brasileiros (tem muitos brasileiros estudando medicina por la, pois o curso é praticamente de graça comparado ao nosso e não tem vestibular) e também de bolivianos são fechadas e só entram quem comprou o ingresso.

É assim que eles se divertem no carnaval.
Compram umas "túnicas" coloridas, como se fosse
um bloco, (alias é um bloco) de carnaval e saem
pelas ruas gritando ao som de umas marchinhas
carnavalescas tipicas do pais e claro, jogando
 muita tinta uns nos outros.


Alguns contratam essas bandinhas para tocarem
para eles na porta de suas casas e ficam 
fazendo churrasco do outo lado da rua.


Eu e minha companheira compramos umas capas de 
chuva para não nos sujarmos muito, 
mas não deu muio certo.

Ai nós dois estávamos limpos ainda.


Já havia começado a festa.



Um casal de brasileiros que fotografamos.


Nós paramos o carro perto dessa bandinha e sem
 perceber que o dono da casa da frente
havia contratado a banda para tocar
só para eles.


A Sarita ja um pouco suja de tinta.



Depois de umas duas ou três horas de carnaval
Essa tinta ficou no nosso corpo por uns cinco dias.











Galera, por hoje é só, prometo tentar não me demorar para a próxima postagem ate porque tenho que terminar essa para começar a outra, essa sim sera  "A aventura".
Mas ainda tem muita coisa pela frente.
Era aniversario de 400 anos de Santa Cruz.
Em Cochabamba, conhecemos o presidente e vice presidente da federação boliviana de automobilismo, fizemos grandes amizades.
Um Rally em Potosi, fomos roubados em Challapata, conhecemos Samaipata e a maior rocha esculpida do mundo, atravessei um rio de caminhonete e muito mais.