quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

02/2011 / 25/02/2013

E LA VAMOS NOS !!


vidadecaramujo@gmail.com
Sigam, opinem, comentem.

Mas antes, vou postar umas fotos de minha companheira de viagem, Sarita e eu, a mulher mais maravilhosa que já tive o prazer de conhecer, me acompanhou em todos os momentos, nos bons e nos maus.


Sarita em uma plantação 
de girassol que encontramos
 em uma das nossas viagens.
Foi lindo isso, passamos por la
e tiramos as fotos, encontramos 
o dono da plantação e perguntamos
se estávamos incomodando, ele
disse que não.
 No dia seguinte passamos por 
la novamente e 
já haviam colhido tudo.

Sarita e eu.

Aniversario de 27 anos.

ainda a plantação de girassol.


Sarita e eu em uma de nossas
viagens.


Sarita no meu triciclo encontro
de motos.

Pensa que sabe dirigir.


 E la vamos nos pelo caminho que nos leva ate Villhamontes.
Mesmo com todo o cuidado possível era inevitável os solavancos e desviar dos buracos da estrada de terra.
Nervos abalados, à flor da pele, tensão, noite, clima mudando de um calor insuportável para ameno com tendencias a esfriar, pelo retrovisor apenas a escuridão, nem ao menos uma lua para clarear um pouco, não sei se tudo conspirava contra ou a favor.
Eu juro que tentava desviar de alguns buracos nas era humanamente impossível.
Uma parada vez ou outra para ver se a chama da geladeira a gaz havia se apagado e por vezes tinha apagado. Não podia apagar, pois tínhamos mantimentos que precisavam ficar resfriados.
No trailer só ficaram no lugar os moveis pois estavam presos à estrutura do mesmo. Todo o restante já estava revirado, não tinha nada no lugar. O dó !! Mas tudo bem, não gosto dessa expressão, "mas como já estávamos no inferno, dar um abraço no capeta não custava nada". Prosseguimos.
Rodamos aproximadamente uns 25 quilômetros e nos deparamos com um desvio a direita que nos jogou em um trecho de estrada de asfalto.
Alegria de pobre dura pouco.
Uma tranca.
Noite escura uma corda amarrada de um lado a outro da estrada cheia de panos (trapos) coloridos amarrados, garrafas pet, galhos de arvore, um bloqueio.
Um breu, tudo escuro não se via nada, olhei para os lados e nada. Pronto e agora?? Voltar não podia, para a frente também não.
Alguns segundos em um local desses e naquelas condições representam horas.
Olhando mais atentamente para o lado direito eu vi uma pequena luminosidade que mais parecia uma pequena fogueira. Mais alguns minutos e vi algo se movendo em nossa direção. Era um soldado com roupas do exercito boliviano, ele vinha com uma lanterna na mão, quando se aproximou da caminhonete eu quase mori de susto. Parecia que o homem estava com caxumba, parecia que estava com uma bola de tênis na boca. O cara era tão feio que poderia facilmente assombrar uma casa de 5 cômodos. Se você conhece a estrutura física de um boliviano, sabe do que estou falando. O uniforme estava sujo e ele também, com um odor desagradável. Me pediu os documentos, do veiculo, os meus e a autorização para dirigir o veiculo na Bolívia e me chamou para o acampamento deles. A estrada ficava em um nível um pouco mais alto e tivemos que descer um barranco, atravessar uma pequena cerca de arame farpado e depois de uns 10 ou 15 metros entrei no acampamento deles. Era uma choupana somente com a cobertura feita de palha e aberta dos lados. mais parecia um quiosque.
Havia varias redes com soldados dormindo, e alguns acordados. Muita arma, munição, lixo e um cheiro horrível.
Eu vi todos aqueles soldados, mesmo dormindo, com aquela bochecha inflada e não entendia nada, sabia que eles tinham alguma coisa dentro da boca, mas nunca iria imaginar o que seria.
Fiquei sabendo depois em Villamontes.
O "bandido" me levou ate um cômodo de alvenaria (o único que tinha) sentou-se em uma cadeira na frente de uma escrivaninha e eu fiquei de pé. A unica iluminação que tinha era a fogueira do lado de fora e a lanterna do policial. Ele olhou os documentos com a ajuda da lanterna e murmurou um "hummmm". Pronto, clima tenso de novo. Devia ter por volta de 15 policiais, muita arma. Aquele povo é estranho, a estatura, o aspecto físico, a grande maioria dava para perceber muito bem que eram índios. Se eu estava com medo??? Muito.
Minha companheira la na rodovia dentro da caminhonete, eu preocupado com ela, ela preocupada comigo, o "bandido" me disse que a documentação estava irregular e la vai eu argumentar novamente (caramba, nos tínhamos ate passaporte que nem precisava).
Eu dizia que estava tudo certo, ele alegava que não e ele me pediu dinheiro. Adivinha quem ganhou na argumentação? Depois de muita conversa conseguimos entrar em um acordo para que eu perdesse menos, mas perder eu iria de qualquer maneira.
Paguei, peguei os documentos e voltei para o carro e já estava pensando que essa história de anjo de guarda e Durango Did só existe no Gibi. O policial fez a gentileza de abrir a cancela para que eu passasse, e logo adiante a estrada estava interditada novamente e tive que voltar para a estrada de terra. Sem conversar muito seguimos calados, pois estávamos muito chateados e tensos com a situação. Eu pensava, Poxa todo mundo rouba, que lugar é esse? Minha companheira (maravilhosa diga-se de passagem) me consolava e me dava alguns incentivos. Mas sabe aquele sentimento de impotência?  Os buracos não acabavam nunca, estrada estreita, tudo escuro e...acabou o combustível no meio do nada, no meio da floresta boliviana.
O estado que ficou o trailer, muito barro da estrada.



Não tinha um funil, tive que improvisar.

Olhe a cor da caminhonete.

Cortei um pedaço de mangueira, e uma
garrafa Pet. Enchia o balde e passava
para o tanque.

Ainda bem que estávamos prevenidos.
Mas a aventura tinha que continuar, as raivas, os medos, as horas tensas com os "bandidos" travestidos de 
policiais, as nossas brincadeiras, as risadas que dávamos juntos, tudo faz parte da aventura. Que graça teria uma aventura sem aventura, sem ação? Se não quer se divertir, se não quer viver intensamente fique em casa vendo filmes de ação na TV. A vida é boa e curta demais. Conhecemos outras culturas, outras pessoas, outras paisagens, algumas lindas de tirar o folego, outras nem tanto, conhecemos pessoas maravilhosas, conhecemos pessoas amargas, conhecemos pessoas que adoravam ajudar e dar informações, conhecemos pessoas que nos indicavam caminho errado de proposito, policiais corruptos, enfim:  -Conhecemos.
Tínhamos andado apenas um terço do caminho de terra.
Os outros dois terços são mais duas histórias.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

02/2011 / 19/02/2013

SAINDO DO PARAGUAI !!

vidadecaramujo@gmail.com
Sigam, opinem, comentem.

Em Mariscal Estigarribia eu me informei sobre as estradas que nos levaria ate Villamontes. Não resolveu muita coisa, pois eu deveria ter procurado caminhoneiros para me informar melhor, mas me informei com pessoas nos postos de combustível e pessoas da cidade, comerciantes, etc.
Como me informaram que não havia mais postos de abastecimentos (gasolinera ou estación de combustible), resolvi encher os dois galões de 25 litros cada que eu havia comprado no Brasil.
Já sabíamos que iriamos enfrentar um pedaço de caminhada que não seria muito boa, não teríamos postos de combustíveis  nem paradas ou mesmo qualquer tipo de comercio por algumas centenas de quilômetros.
Tratamos de nos cerificar que havia bastante água e comida e la fomos nós, a raiva não passava, a Sarita tentando me acalmar, apesar de estar também muito brava e la estávamos nos seguido para a Bolívia.
Algumas dezenas de Quilômetros adiante encontramos a divisa do pais.
Divisa entre Paraguai e Bolívia.



Essa construção à esquerda 
pertence a Bolívia.



Essa é a divisa entre o Paraguai
 e a Bolívia naquele trecho. 
Fortemente guardado por 4 ou 5
 babacas bolivianos
 travestidos de policiais.

Essa é a barreira que divide
 Paraguai e Bolívia.
Saímos do fogo para cair no inferno.

Ali existe uma "tranca". Tranca é uma cancela, barreira ou pelo menos, oque deveria ser. Na realidade existe uma corda com vários pedaços de panos coloridos (trapos) amarrados juntamente com garrafas pet e  pedaços de galho de arvore, de um lado amarrado em uma arvore ou um pedaço de pau enterrado no chão e um índio do outo lado que puxa a corda quando você passa, obrigando você a parar. Em alguns locais onde o trafego é pequeno a tal "tranca" fica fechada, (a corda fica puxada amarrada de um lado e outro). Você é obrigado a parar e a se dirigir onde esta o (covil dos bandidos) escritório (oficina) dos policiais. E ali é onde acontece tudo (literalmente).
Nesse caso havia tambores impedindo nossa passagem.
Muito bem, continuando.
Tivemos que parar e fui ate o escritório, (oficina). De um lado estava a parte brasileira e mais adiante uns 10 metros a parte boliviana, ambos do mesmo lado da pista, no nosso caso estava do lado direito.
Como a tranca estava puxada, fui me informar se podíamos passar. Para minha surpresa o policial estava tentando cortar a grama com cortador antigo e se fingiu de surdo. Tive que repetir varias vezes a pergunta  ate que ele se virou para mim e disse que seu superior não estava e pediu nossos documentos com o visto de saída do pais, que deveria ter sido carimbado em Mariscal Estigarribia. (acontece que os últimos corruptos que encontramos nos disseram que não haveria necessidade do tal carimbo. Mais uma gafe dos marinheiros de primeira viagem, no caso nós).
Propina em espanhol significa gorjeta ou algo assim, portanto é dado de vontade própria e eles usam muito a palavra propina para tirar o nosso rico dinheirinho.
Fiquei ali tentando "alizar" o guarda para que ele nos deixasse passar, mas o bandido começou a jogar para o policial da fronteira da Bolívia (não sei por que ainda escrevo Bolívia com letra maiúscula) dizendo que se nos deixasse passar o policial boliviano não nos deixaria entrar.
Pronto, a M...estava feita.
Do lado de cá um paraguaio de M... que não nos deixava sair do pais sem o carimbo no passaporte, do lado de la outro policial de M... não nos deixava entrar por sermos brasileiros saindo do Paraguai e entrando na Bolívia com documentos irregulares (segundo eles).
Esgotei todos os meus argumentos naquele chiqueiro.
O lugar se parecia muito com um chiqueiro, imundo com lixo para todos os lados, tinha mais lixo dentro do que fora. Nada de computador, somente uns policiais, armas, papeis, lixo e um cheiro horrível.
A Sarita ficou a maior parte do tempo dentro da caminhonete, o clima estava tenso mais uma vez, eu com vontade de explodir e os policiais de M... sem um minimo de  boa vontade tentando nos vencer pelo cansaço querendo propina.
Eu dizia que não tinha, que era ilegal e eles diziam que não podiam fazer nada e que sendo assim eu teria que esperar o chefe deles aparecer, mas acontece que o tal chefe, se é que existia algum, aparecia apenas uma vez por semana e não sabiam precisar o dia certo.
De novo eu pedi ao meu anjo da guarda tapar os ouvidos.
Depois de algumas horas tensas, la se foi mais um pouco de dinheiro que eu generosamente, com toda boa vontade entreguei a eles feliz da vida.
Sai dali amaldiçoando ate a quinta geração dos policiais paraguaios e bolivianos.
Tentando me convencer que estava tudo bem, mantive a calma e falava para a Sarita que isso logo passava, pois estávamos a poucos quilômetros da Bolívia, e la era só de passagem e que logo estaríamos no Peru conhecendo Machu Picchu.
Já estava anoitecendo e pegamos a ruta 11 Chaco Bolívia ate Villamontes BO.
Estranhamente havia uma estrada de asfalto a nossa direita, mas estava impedida, e somente entravamos nela quando havia uma cancela (tranca).
A estrada é horrível, muitos buracos e na sua maioria só passa um veiculo de cada vez.
Grande parte do trecho tínhamos a impressão que a estrada era um aterro, pois nas duas margens do "caminho" era uma ribanceira, na altura da porta da caminhonete estavam as copas das arvores, era noite e em alguns locais chovia. Tudo escuro, só passava um carro pois a estrada era estreita, em plena selva Boliviana.
Era a visão do inferno.
Seriam aproximadamente uns 130 quilômetros pela Ruta Chuquisaca-Chaco.
Em alguns momentos eu pensei -Oque eu estou fazendo aqui? Mas não podia fraquejar, minha companheira estava comigo e se eu mostrasse sinais de panico você já sabe o que iria virar não?
Estrada durante o dia.

Estrada Chaco Bolívia.
Essa foto não foi tirada por mim.

Chaco Bolívia durante o dia.

Inicio da Ruta Chuquisaca-Chaco, 
Bolívia.

Ruta Chuquisaca-Chaco Bolívia.


Ruta Transchaco que leva 
de volta para 
Mariscal Estigarribia.









sábado, 16 de fevereiro de 2013

02/2011 / 16/02/2013

SAINDO DO PARAGUAI


vidadecaramujo@gmail.com
Sigam, opinem, comentem.

Seguimos pela Transchaco ate Mayor Infante Rivarola, estrada vazia, sem movimento, mas com uma paisagem muito bonita. As fazendas de gado do Paraguai possuem um reservatório de água que se assemelha á boca de um vulcão. Ali fica armazenada a água da chuva para ser usada na época da seca. Não me recordo o nome que dão para esse "aterro".
Uma paisagem diferente, muito bonita, mas as estradas naquela parte é péssima, não sei como anda aquilo hoje, mas na ocasião, (02/2011) estava horrível.
Antes do hotel, em Villa Presidente Hayes comprei uma garrafa Térmica para tomar Tereré  eu havia me esquecido desse nome, mas conversando com um amigo me recordei do Tereré.
Uma garrafa térmica e uma cuia igual a essas de Chimarrão.
É um chá muito refrescante, uma sensação maravilhosa para quem esta debaixo de um calor que podia chegar a 38 graus.
Por ai você pode ter uma ideia do calor que passamos.
Quase todas as pessoas nas ruas andavam com uma garrafa de Tereré com água gelada.
O preparo é simples mas requer um jeitinho especial. Um chá de erva mate (llex paraguarensis) de origem paraguaia comprado em qualquer loja de mantimentos, bares, ou mercearias. Um limão umas pedras de gelo e muita água gelada. Pode também usar hortelã, leite, sucos entre outros. 
Coloca-se o chá, espreme um limão, misture bem e água gelada. Vai tomando aos poucos e incrivelmente da uma enorme sensação de frescor interna.
Gostei demais daquilo. Também é muito usado aqui no Brasil no M.S.

"Diferentemente do Chimarrão, que é feito com água quente, o Tereré é consumido com água fria, resultando em uma bebida agradável e refrescante. Em sua produção, a erva mate utilizada no preparo do tereré difere do chimarrão por ter de ficar de repouso por volta de oito meses, em local seco, e de ser triturada grossa depois disso. Devido ao fato das folhas serem cortadas grossas, ao contrario do chimarrão, o tereré não tem tantos problemas com o entupimento. Quando isso ocorre, geralmente é devido a uma grande quantidade de mate em pó, indicando má qualidade da erva usada."
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Tereré).

E depois quando estávamos acampados no hotel perto de Filadélfia, o gerente do hotel, um gaúcho muito conversador, me ensinou fazer o mesmo com a casca de uma arvore que eles tem por la. Mas o melhor ainda achei que era o chá.
A Sarita gostou mais da beleza da peça do que o conteúdo.
Eu, como sinto muito o calor, gostei do Tereré. É incrível como aquilo refresca.
A cuia, que aliás era muito bonita, com a garrafa encapada em couro com motivos paraguaios, desapareceu quando voltamos, assim como algumas outras coisas.
Incrível como as coisas desaparecem. Preciso me benzer. 
Acredito que viajamos por uns 300 km ou mais por uma estrada horrível toda esburacada e deserta, torcendo para não furar um pneu, estragar alguma coisa na caminhonete e outras coisas ate um local chamado Mayor Infante Rivarola. La tinha um entroncamento uma carretera para a direita muito ruim, bem pior do que a que estávamos e outra parecida com a que estávamos que seguia pela esquerda.
Do nosso lado direito havia um posto de policia.
Burrice humana.
Cai na tentação de me informar.
Fui perguntar aos policiais qual seria a estrada certa ou a melhor para chegar na Bolívia.
Haviam quatro policiais armados, pediram meus documentos, ai eu vi o que iria acontecer. Seguraram os documentos e pediram dinheiro.
Eu tentei relutar dizendo que não daria, mas eu vi que a coisa estava ficando feia, disseram que só nos liberava se pagasse, e para piorar eu teria que ter pego o visto de saída do pais em Mariscal Estigarribia, ou seja mais um dia para voltar. A Sarita percebendo que a coisa estava esquentando, saiu da caminhonete e veio ao nosso encontro. Um dos policiais, muito estupido, mandou que ela ficasse fora disso, e disse pára ficar na caminhonete. Eu fiz sinal para ela ir e me levaram para dentro do escritório deles, que por sinal muito porco, todo sujo.
La me obrigaram a pagar uma quantia que não me recordo o valor, creio que foram U$100,00 (cem dólares) , foi a maior propina que pagamos nessa viajem.
Pensa em um cara bravo, pensa em um cara revoltado...era eu.
Ali nos disseram que podíamos seguir em frente, eu perguntei sobre o visto de saída e me responderam que não iria precisar. Fiquei mais puto ainda.
Pegamos a carretera da esquerda para sair do pais, que na hora era tudo o que eu mais queria, queria estar bem longe daqueles filhos da puta. Nessa hora todos os palavrões que eu conheço já tinha saído da minha boca e mais alguns. Se tinha algum anjo da guarda ao meu lado ele já devia ter me deserdado de tanta porcaria que saiu da minha boca.
A coitada da Sarita apesar de também estar muito P... da vida ainda fazia o papel de conciliadora. Tentava me animar, foi uma guerreira, tive muito orgulho dela.
Ma a raiva não passava.
Creio que 90% dos policiais que encontramos eram estúpidos, exploradores e incrivelmente mal educados. Todos muito bem armados e usam isso para intimidar as "vitimas".
Mal sabíamos nós que o pior estava por vir.
Isso se parece com um Posto Policial?
Pois foi nesse local, nesse casebre que 
estavam os policiais corruptos.



A garrafa que compramos era parecida
com essa. Realmente muito bonita, pena
que sumiu.
Talvez ainda a encontre.



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

02/2011 / 11/02/2013

FEVEREIRO DE 2011 / FEVEREIRO DE 3013.


vidadecaramujo@gmail.com

Sigam, opinem, comentem.
Me adc no Face jjoias@jjoias.com.br



A partir de agora não vou me atentar á datas, pois realmente não me lembro, se algum dia eu conseguir recuperar o site eu refaço com as datas corretas. Mas por enquanto tudo se passou em fevereiro e março de 2011.
Aos poucos vou me recordando de alguns acontecimentos engraçados, alguns embaraçosos e vou postando aqui, então você vai ler alguma coisa que aconteceu antes do post atual.
Deixamos o hotel onde passamos algumas noites e seguimos em direção a Mariscal Estigarribia (Mariscal José Felix Estigarribia).
22º1'60''S 60º37'60'' pela Ruta Transchaco, (Dr. Carlos Antonio Lopez).
Ali pernoitamos em um posto de combustível e tivemos um incidente.
Eu achei engraçado o nome de um Banco ( Banco Familiar) e resolvi tirar uma foto. Em menos de 5 minutos havia uma viatura da policia paraguaia estacionando ao nosso lado, ao lado do trailer.
Olhei para a Sarita, ela se aproximou de mim, e pensamos: Se for somente propina esta de bom tamanho.
Os policiais desceram da viatura e começaram a fazer perguntas.
Pediram documentos e logo pensei na hora da famosa propina, (mal sabia eu oque nos esperava na Bolívia em termos de propina).
Mas ao contrario do que pensei não pediram. Apenas nos informaram que os guardas do banco me viram tirar uma fotografia e ficaram com medo e pediram reforços.
KKKKKKKK.
Eu ia assaltar um Banco no Paraguai.
Famoso eu, não???
Rimos um pouco com os policiais, por conta do despreparo dos guardas do banco, e deu tudo certo.
Nos desejaram boa viagem e foram embora.
Enchi o tanque to trailer de água e tomamos banho.
Passamos a noite ali, tomei a minha cervejinha, a Sarita fez o jantar e fomos dormir.
A verdadeira aventura vai começar agora.
A partir daqui começamos realmente a viver uma grande aventura e realmente muito perigosa.



Vista aérea da rua principal de Mariscal Estigarribia.


05/02/2013

DE VOLTA AO BLOG.


vidadecaramujo@gmail.com
Me adc no face jjoias@jjoias.com.br
Sigam, opinem, comentem.



Depois de muito tempo parado, mais precisamente dois anos, estou voltando a postar neste blog.
Agora postado por mim, (Zeca) e não mais a Sarita.
Com o tempo vocês vão entender o motivo.
Tínhamos um site, mas tivemos que desativa-lo.
A ideia de voltar a postar não é nova, mas eu relutava um pouco. Um pouco por falta de tempo e outro tanto por não saber se iria consegui, uma vez que nossa viagem não se concluiu a contento.
Tudo o que havia no site eu creio que não tem como recuperar e havia um diário de bordo muito bem elaborado pela minha companheira de viagem Sarita. Mas ainda vou pesquisar para ver se consigo recuperar.
O que vou fazer aqui é uma tentativa de reconstruir o que foi perdido. Ainda tenho muitas fotos e a lembrança viva de muitos episódios  muitas aventuras, muitos acontecimentos, alguns muito nota 10 e outros nem tanto. Portanto para quem quiser me seguir e saber tudo o que passamos, que não foi pouco, continue lendo que conforme as lembranças vão voltando eu vou postando.
Talvez algum post fale de passagens mais antigas junto com algumas mais recentes, mas vou fazer o possível para sem o mais compreensível possível.
Nossa viagem foi pouco planejada com um roteiro pouco explorado e perigoso. Faltou uma boa dose de experiencia. Apesar de ser campista, ter viajado muito, de carro, motos e triciclo, ter acampado algumas dezenas de vezes, faltou realmente um planejamento mais minucioso, mais detalhado e muito conhecimento do roteiro.
Nosso destino primário era: Guaira, sp, Foz do Iguaçu, sp, Paraguai, Bolívia  Peru, Chile, Argentina, Uruguai e retorno ao Brasil.
O veiculo: Uma S10 flex ano 2010 equipada apenas com um GPS Garmin nuvi rebocando um trailer karmanguia modelo KC330 ano 1986.
Compramos o trailer, um verdadeiro achado, foi usado pouquíssimas vezes, creio que duas ou três vezes apenas. Com a ajuda de alguma amigos, consegui fazer a geladeira a gás e elétrica funcionar (diga-se de passagem, super nova, creio que nunca foi usada). Como a geladeira era original e ficou muito tempo parada, foi uma luta, um tal de vira de cabeça para baixo, da uma pancadinhas, esquenta a amônia com maçarico e graças a alguns colegas de clubes de Motor Homes e trailers, consegui algumas dicas de como fazer com que ela funcionasse.
VIVA !!! CONSEGUIMOS !!! 
Mereceu uma comemoração, afinal foi uma semana de luta. Instalei um microondas, uma televisão de 15 polegadas, um DVD, som automotivo, um inversor, uma bateria extra, uma extensão para a parte de fora do trailer, substituímos o toldo por um novo e troquei os pneus. O toldo era a unica coisa do trailer que precisava de reparos.
Alem disso carregamos um gerador marca Branco e vários apetrechos de Camping  afinal nossa viagem teria um tempo indeterminado. 
Me perdoem por algum erro de português ou gramatical, isso vai acontecer, sem duvida.
Abaixo um pequeno texto da nossa preparação para a viagem ainda escrito na época pela Sarita.


Roupas:
Roupas leves, praticas, algumas de frio, mas nem tanto, pois pretendemos comprar por la.

Utensílios Domésticos:
Todos possíveis e que fossem práticos.

Alimentação:
Devido a algumas doenças transmitidas pela água e conseqüentemente por algumas comidas, resolvemos levar o máximo de comida e água de casa.
Como nossa geladeira só está funcionando com energia externa ou gerador, não está funcionando na bateria devido a um problema no transformador. Assim, estamos levando o máximo de comida enlatada e não perecível.
Carnes, verduras e legumes estão riscados do nosso cardápio.
Segue abaixo nossa dispensa: 

Documentação:
Não é complicado, porém, se não for visto com antecedência, pode dar dor de cabeça e adiar a viagem. São eles:
- Passaporte, mas também pode ser usado o RG nos países do MERCOSUL. É valido salientar que não são todos os países da América do Sul que fazem parte dele. Alguns são países parceiros, mas não fazem parte deste tratado.
            - CIV (Carteira Internacional de Vacinação), adquirida em postos da ANVISA (www.anvisa.gov.br).
            - Carteira Nacional de Habilitação.
            - Carta Verde, seguro obrigatório adquirido diretamente nas fronteiras.
            - Documento do veículo em nome do motorista ou acompanhante. Não pode estar em nome de terceiros que não estejam presentes na viagem.
            - Antecedentes Criminais. Não é obrigatório, mas é recomendado. Pode ser solicitado na delegacia da Polícia Civil, ou, se seu RG for do estado de São Paulo, pode ser adquirido através do site da Secretaria de Segurança Pública (www.ssp.sp.gov.br) ou numa das unidades do Poupa Tempo.

Saúde, Vacinas e Cuidados:
Existe uma relação de doenças vulneráveis dos países no site da ANVISA.
Foi de lá que tiramos a maior parte das informações sobre saúde. Basta você dizer os países que deseja visitar e sai uma lista completa das doenças que possuem vacinas ou não.
Foi através dele que descobrimos que a vacina da Febre Amarela é exigida internacionalmente. Inclusive, é preciso tirar uma Carteira Internacional de Vacinação, na qual, só é emitida em algumas poucas localidades. Vacinamos na nossa cidade, porém fomos até Santos/SP para emitir a tal da CIV.
Sem esta carteira, alguns países como o Uruguai e Argentina podem barrar a entrada. Lembrando que a vacina deve ser tomada com no mínimo 10 dias de antecedência.
Para complementar, atualizamos a nossa carteira de vacinação nacional. Para isso, fomos até o Posto de Saúde mais próximo e tomamos todas as mencionadas no calendário de vacinação nacional.
Tomamos as seguintes vacinas: Febre Amarela, Tétano, Cachumba, Rubéola e Sarampo. Exceto a de Febre Amarela, não são obrigatórias, mas são recomendadas, até mesmo se não fossemos sair de casa.
Já as vacinas contra as doenças de lá, como, Raiva, Hepatite A, Cólera, Febre Tifóide, etc, não tomamos, pois cada vacina é em média R$ 80,00. É uma questão de saúde, porém preferimos tomar algumas precauções quanto a água e insetos e correr o risco.
A Malária é outra doença preocupante, principalmente ao norte do Peru, na Amazônia Peruana. No entanto, não existe vacina,e sim um remédio encontrado em farmácias, e que deve ser tomado antes da viagem, durante e após.
Pretendemos tomar, mas ainda não compramos.
Como cuidado extra, vamos usar repelentes, camisetas de manga, fazer fumaça com papelão e não esquecer de usar os mosquiteiros nas janelas no trailer, além de usar o inseticida antes de dormir.
Sobre a água, estamos levando várias garrafinhas de água compradas no Brasil e pretendemos comprar mais lá (de marca, pois há o risco de água “torneiral” engarrafada). E por ultimo, evitar comidas que não são bem cozidas, verduras e legumes.
Comida enlatada no nosso trailer é o que não falta !!!!

Telefones:
Esqueça de levar celular brasileiro para fora do país. Tanto no plano corporativo quanto pessoa física, o Roaming Internacional é absurdo. Cerca de R$ 5,00 o minuto, só para você usar o celular lá. Discando ou recebendo chamadas.
Tentamos com todas as operadoras, porém não encontramos nada que compensasse.
A saída então foi continuar usando o nosso TIM Corporativo dentro do país, e adquirir linhas celulares em cada país que entrarmos.
Para que a nossa loja se comunique conosco, contratamos um plano da Embratel (21), DDI Ilimitado, na qual pagamos R$ 39,90 mensais e eles falam ilimitado para telefones fixos internacionais (uma lista de 35 países, na qual estão fora o Paraguai e o Uruguai), e um plano da Intelig (23), pagando R$ 0,83 o minuto nas ligações internacionais para celulares e fixos.
Desta forma, enquanto estivermos no Brasil, ligaremos normalmente dos nossos celulares. Já fora do país, compraremos um celular para ligar para o Brasil, e na nossa loja, ligaremos do nosso celular ou orelhão, passaremos o numero de um telefone fixo mais próximo para que eles nos retornem.
Um pouco desconfortável, mas a saída mais econômica que encontramos.

Internet:
Se celular é caro fora do país, internet móvel idem.
Nunca vi nada mais usurpador na minha vida.
Desta forma, contratamos um plano 3G da TIM para usar no Brasil, e contrataremos internet móvel nos países que ficarmos mais tempo.
No mais, tentaremos utilizar internet de hotéis, restaurantes, etc. ou ir até uma cyber.
Nada que minimize nossa diversão.







21/02/2012


vidadecaramujo@gmail.com

Sigam, opinem, comentem.



Choveu a Noite Toda

Olá pessoal!
Choveu a noite toda. O estacionamento virou um lamaçal.
Enquanto nos arrumávamos para ir até Filadélfia, pensávamos em como iríamos tirar o trailer de lá.
Aqui a terra não é vermelha, escura como a nossa. Parece mais uma areia e basta um pouco d’água para atolar.
Por força da fé, conseguimos tirar o trailer de lá sem nenhum problema. Sujou muito, mas não atolou.
Conversando com o garçom que nos recepcionou no primeiro dia, descobrimos que a região do Chaco é extremamente seca. Está chovendo agora, mas depois pára e a única água que eles tem, provem da reserva feita agora.
Alem disso, possui muitos bichos, e na redondeza do hotel tem cobra, jaguatirica e até um puma que vem matando as ovelhas das fazendas.
Seguimos a Filadélfia/PY e, corremos ao museu, que fecha as 11:30h. Chegamos as 11:00h e entramos.
Realmente e muito bonito, e possui duas enormes. Uma com objetos alemães antigos e outro com todos os tipos de animais empalhados que se possa imaginar. Desde todas as qualidade de borboletas, escorpiões, até tatus, tamanduás, passando por todas as aves possíveis e imagináveis. Além disso, possui muitos artigos indígenas.
No caminho da visita, encontramos a guia turística que era alemã e falava inglês e espanhol.
Nos deu alguns folhetos explicativos, além de nos contar muito sobre a cultura da região.
Pelo que ela nos contou, Filadélfia/PY, assim como Loma Plata/PY e Neuland/PY foram fundadas por alemães mennonitas que vieram ao Paraguai, após terem se refugiados na Rússia. Estou com os folhetos, mas ainda não li tudo. Prometo postar um artigo somente sobre isso.
A cidade inteira é dominada por eles. Extremamente limpa, harmoniosa, porém, só possui 2 ruas asfaltadas, sendo uma delas de apenas 4 quadras.
Aqui não existe crime, roubo, nada e são unânimes em afirmar que aqui a lei funciona.
Diferente do restante do Paraguai, todos aqui usam capacete e a velocidade máxima permitida para andar na cidade é de 30km/h. Sem brincadeira, 30km/h. E eles multam.
Tudo bem que nas ruas de terra, com esta chuva, não tem como passar de 20km/h, mas 30km/h no asfalto, é triste.
Outra curiosidade é que a cidade inteira fecha para almoço das 12:00h as 14:00h. Desta forma, fomos a um restaurante almoçar.
Lá chegando, nos divertimos lendo o cardápio. Eu me recuso comer algo que não o que é. Por fim, buscando um dicionário Espanhol/Português, vi um carro com placa de Maringá/PR. Perguntei ao garçom quem era brasileiro e ele nos levou até lá.
Eram 2 brasileiros que moram a bastante tempo no Paraguai, administrando fazendas. Nos sentamos juntos com eles e almoçamos todos juntos.
Durante o almoço, nos contou diversas curiosidades do Chaco, entre elas que aqui o índice de criminalidade é 0. As fazendas são somente de gado, pois a terra tem muito sal e é imprópria para o plantio. A maior parte são de fazendeiros brasileiros e aqui as fazendas são de 20.000 hectares pra cima. 400 hectares para eles é considerada chácara.
Nos mostrou algumas fotos aéreas em que vemos os pastos. São todos quadrados de 1000m X 1000m e estes são subdivididos por áreas de 100m X 100m. É até bonito ver tudo quadrado.
Além disso, comentou que bichos que atacam o gado, como moscas e bernes, não existem, alem de não precisar dar sal ao gado, uma vez que o próprio solo se encarrega disso.
Os acessos são todos por terra e quando chove é impossível chegar a fazenda. Nos revelaram que estão a 3 dias na cidade porque não tem como voltar a fazenda.
Praticamente todos os veículos são caminhonetes 4x4 com pneus com cravos e a Nissan predomina entre elas.
Aparentemente é uma cidade de grande poder aquisitivo. Só não entendemos o motivo de ter tão pouco asfalto.
Após o almoço, mais ou menos umas 13:00h, os brasileiros nos levaram a um local para consertarmos a geladeira.
Por falar 1 hora para abrir o comércio, decidimos procurar um banco para cambiar mais dinheiro, já que nossos Guaranis estavam acabando.
O banco, assim como todos os demais comércios, são bem diferentes. Não possuem entradas rente a calçadas. Normalmente você entra por um portão pra depois chegar ao lugar. Assim foi no banco.
Após trocarmos, seguimos ao local que conserta geladeiras.
É de um alemão, e ele só conserta geladeiras a gás. Estávamos no lugar certo. Depois de uns 15 minutos o funcionário dele chegou e começamos a consertar.
Ficamos a tarde toda, tiramos a geladeira do lugar, mexemos no gás e chegamos a conclusão de que o defeito era no registro do gás que não mandava o gáscom a pressão suficiente que precisava. É um registro com manômetro que compramos especialmente para o trailer, totalmente blindado. Para resolver problema, teríamos de jogá-lo fora e comprar outro. Acontece que o conector do registro deles é diferente do nosso e precisamos mandar para uma tornearia para adaptar.
Por fim, deu tudo certo, e, como já eram 18:00h, fomos procurar um lugar para dormirmos.
Na frente do museu, possui um hotel chamado Hotel Florida. O banho lá é G$ 5.000,00 (R$ 2,00) por pessoa. Resolvemos ficar por lá.
Conversando com a recepcionista, esta nos autorizou a dormir no estacionamento do hotel com o trailer e ainda usar a energia deles. Sem cobrar nada. Maravilha.
No Paraguai é comum hotéis que possuem quartos com banheiros coletivos e, foi num desses banheiros que tomamos banho.
Foi durante o banho que aconteceu o episódio mais nojento da nossa viagem.
Resolvemos tomar banho juntos pra ir mais rápido.
Resolvemos passear pelo shopping de Filadélfia/PY. Parece uma galeria, mas resolvemos passear um pouco.
Chegamos eram 20:00h, e, para nossa surpresa, estava fechando tudo.
Corremos numa loja de calçados, onde comprei um sapatinho tipo Moleca e, para não voltarmos ao hotel, fomos ao mesmo restaurante do almoço, que fica ao lado do shopping.
Lá, foi a sessão risada 2 do dia. Queria uma sopa, mas o que vinha nela?
Chamávamos o garçom e ele se esforçava para ajudar. Perguntava a ele: “O que é jamón?”. Ele me explicava: “É carne de vacuna. (Carne de vaca)”. Ok, mas qual parte? Após tentar e tentar explicar, ele voltou com um pratinho na mão com uma fatia de presunto. Jamón é presunto.O mesmo ocorreu com a cenoura, que é zanahoira.
Só pra vocês terem idéia do meu sufoco, vocês comeriam uma sopa de carne de cerdo (porco), com repollo, zanahoira e jámon? Mais jamais.
Rimos bastante, e após comermos a bendita sopa (que por sinal é horrível e não tem macarrão), fomos para o nosso trailer descansar para amanhã seguirmos viagem rumo a Bolívia.
Até lá. Tchau!


20/02/2011

Filadélfia/PY e Loma Plata/PY.


vidadecaramujo@gmail.com

Sigam, opinem, comentem.


Continuação.


Olá Pessoal!
Domingão, e lá vamos nós desbravar as cidade de Filadélfia/PY e Loma Plata/PY.
As duas cidades tem o mesmo estilo e ambas parecem cidades fantasmas no domingo. Para ir de uma a outra são uns 10Km de terra.
Meio frustrados e com fome procuramos um restaurante. Encontramos uma churrascaria e resolvemos comer lá.
Adivinhem. Churrascaria de brasileiros!!! Tanto o garçom quanto a esposa do dono. E brasileiro com brasileiro em outro país é só festa.
Comemos, conversamos bastante, nos deu varias dicas e inclusive uma garrafa térmica da Termolar muito boa.
Durante o almoço choveu barbaridade, e, como voltaríamos pela estrada de terra?
Tivemos que ir por um outro caminho, que aumenta uns 20km, no entanto é só asfalto.
Passamos ainda no mercado “Los amigos”, para compras “algunas cositas” , como óleo, leite, veneno (é claro!) e bebidas.
Voltamos ao hotel, conseguimos conectar a internet para mandarmos noticias e ficamos até tarde no hall do hotel conectados, vendo o site, mexendo em fotos, etc.
Lá, conversando com dois fazendeiros, estes nos ajudaram a montar uma nova rota para a Bolívia. Segundo eles, é asfalto até a fronteira.
Este novo trajeto, o guia 4 Rodas que compramos não reconhece. Ele só traça a antiga rota, da época da guerra, que tem uns 300km de terra.
Antes de dormir, ainda fiquei com o computador na cama, desenhando um novo layout para o site. Quando parei já era quase meia noite. Fui dormir!

Amanhã tem mais. Tchau!


19/02/2011

Filadelfia/PY e Loma Plata/PY


vidadecaramujo@gmail.com

Sigam, opinem, comentem.


Olá Pessoal.
Acordamos determinados a conhecer as tão faladas Filadélfia/PY e Loma Plata/PY.
Enquanto eu arrumava o trailer, o Zeca saiu para comprar água e tirar algumas fotos do açougue (que aqui se chama “carniceria”), onde as carnes ficam todas penduradas em varal, cheio de moscas e fedido. Uma verdadeira carniceria. Aproveito e tirou foto também de um banco, chamado “Banco Familiar”, e dos guardas do banco, com armas na cintura.
Em menos de 3 minutos, havia um camburão da policia do nosso lado, querendo nossos documentos e querendo saber o motivo das fotos do banco, pois haviam acionado eles por conta disso. Após verificarem que éramos turistas, começaram a rir.
Nos documentos, começaram a perguntar pro Zeca se o carro tinha seguro, e o Zeca mais do que depressa mostrou no documento escrito “Seguro Obrigatório”. O guarda acreditou que era o seguro internacional. Pelo menos pra alguma coisa serviu este roubo anual do governo, que é o tal do Seguro Obrigatório.
Reposto do mal entendido, antes de pegarmos a rodovia, o Zeca decidiu trocar o óleo da caminhonete. Ao chegarmos ao local indicado pelo posto que dormimos, após negociarem, verificaram que não possuíam a chave para abrir o local da troca de óleo.
Saímos de lá, e, logo que pegamos a rodovia, o Zeca viu um comércio (Ferreteria) com diversas ferramentas penduradas. Parou e foi até lá.
Voltou com 3 chaves e um papelão para entrar embaixo da caminhonete e testar qual era a adequada.
Depois que viu qual era, voltou para pagar. Pois acreditem se quiser, o rapaz, chamado Victor, não quis cobrar. Disse que era um presente da loja dele.
O Zeca voltou todo risonho pra caminhonete para me contar, pegou um chaveiro do Brasil que levamos e deu para ele..
Todo feliz, ele se ofereceu a ir até a casa dele buscar mapas turísticos do Chaco para nos auxiliar na viagem.
Desta forma, foi com a moto na frente para nos guiar a casa dele e, lá chegando, nos entregou dois mapas do Chaco. Um deles é um livro bem detalhado de todo o Paraguai. Cidade por cidade, com mapas, plantas, fotografias e pontos turísticos.
Felizes, tiramos fotos, trocamos e-mail, Orkut, passamos nosso site e em posse dessa nova e utilíssima ferramenta, seguimos viagem.
A uns 20 km a frente, passando por um posto policial, fomos parados. Isso não é novidade nenhuma.
O policial quis ver o trailer, como funciona, documentos, etc. Ao verificar que estava tudo correto, perguntou se o Zeca era empresário, e em seguida perguntou: “E a cervejita?”. O Zeca deu uma de bobo e respondeu: “Nós otros não bebemos cervejita”, e ele replicou: “De-me uma plata para cervejita. Dólar.”.
O Zeca voltou a caminhonete bravo toda vida, pegou G$ 10.000,00 (R$ 4,00), afinal, se é para cerveja, G$ 10.000,00 dá, e entregou ao bandido de farda.
Inconformados, seguimos viagem rumo a Filadélfia/PY. Foram mais ou menos 200Km até chegar, e no caminho ficamos encantados com a paisagem. Comprei um leque feito por índio da tribo Toba-Maskoy. Tirei até foto!!! Existem muitos deles ao longo da estrada. E eles vendem desde artesanatos até carnes de cabra, que por sinal, ficam pendurados em galhos na beira da rodovia. Nojento. Você vai andando e de repente encontra uma picanha de cabra na sua frente!
Aqui não tem montanha. É tudo plaino. Uma vegetação muito bonita e muitos bichos. Vimos uma raposa atravessando a rodovia. Que linda!!! Me lembrei na hora d’ O Pequeno Príncipe!!!!
No caminho, ao parar para abastecermos, notamos que a geladeira não funcionava. O gás não acendia. Iria perder tudo o que estava na geladeira se não consertássemos a tempo.
Enquanto apanhávamos para faze-la funcionar, chegou um rapaz da porta do trailer, falando em português. Era brasileiro, curitibano. Estavam em três, a caminho da mesma cidade destino nossa. Trocamos algumas palavras e eles foram embora.
A rodovia, apesar de simples, parece um tapete. E foi assim até o Hotel Touring, no cruzamento a 15 km antes de Filadélfia/PY.
Neste hotel, ao entrarmos, nos deparamos com um gaúcho que trabalha lá (o dono do hotel também é brasileiro). Negociou nossa entrada no hotel além de nos dar algumas dicas sobre Filadélfia/PY.
Paramos o trailer no estacionamento, fiz o jantar (coxinha de frango frita, arroz e feijão) e ficamos sofrendo para fazer a geladeira funcionar. Decidimos procurar ajuda profissional amanhã na cidade. E eis que nós sentados, jantando a luz do luar, em volta da piscina do hotel, a uns 5 metros do trailer e aparecem os mesmos brasileiros que encontramos no caminho.
Na conversa eles disseram que estavam a passeio.Mas deu pra perceber nitidamente que estavam a negócios, talvez comprando alguma fazenda. Mas se não quiseram falar nada, paciência.
Devido a grande quantidade de chuvas, aumentou demais o numero de insetos. Tem um que eles chamam de “fede-fede”, parecendo uma mistura de besouro com barbeiro, e realmente fede absurdo, tem cheiro de carniça. Estava infestado, mas perde de longe para a comunidade dos pernilongos. Sabe beira de rio? Multiplica por 200 que você chega perto da quantidade que tem por aqui. E são bem criados os danados. Cada “pernilongão”!!!! E eles vem no rosto da gente. Sabe aquele ditado: “De graça até injeção na testa”?Vem pra cá levar umas 10 picadas de pernilongo na testa e você nunca mais vai dizer isso!
Após confirmar que os mosquiteiros do trailer estavam bem colocados, veneno, repelente e ventilador (aqui é um calor absurdo, estava a mais ou menos uns 35º, mas pode chegar até 48º nos dias mais quentes), dormimos feito anjinhos.
Abaixo algumas fotos.
Amanhã tem mais pessoal! Tchau!






A caminho do chaco paraguaio.


Deus me livre.
Isso é uma verdadeira carniça. 


Da pra perceber o perigo, não?
Tudo com grade.
Isso é um bar, armazém, e as pessoas ficam do lado
de fora da grade para efetuar a compra que é passada
para o cliente por uma "portinhola".
O cliente não entra.




Um brasileiro que encontramos no Chaco (Thaco),
foi muito gentil e fez questão de nos presentear com uma
edição de de um livro de atrações turísticas do Chaco,
e ainda não cobrou pela ferramenta que comprei.



Loja do nosso mais novo amigo. 
Ele estava tentando a vida no Paraguai com sua loja
de ferramentas.


Sarita comprando um chapéu de um índio nas margens 
da rodovia.



Ficamos acampados nos fundos de um hotel.
Parada para conhecer Filadélfia e Loma Plata.


Aqui nos roubaram uma lanterna.
O locar é bonito, mas com muito barro arenoso.
É uma areia molhada misturada com cascalho.









É proibido casar.



                           As fotos abaixo são Lago Ypacarai
                           San Bernardino
















Não term cercas e os animais ficam soltos, transitando
livremente pelas rodovias.
Mais adiante vou te mostrar que as coisas ficam
muito piores na Bolívia.

Ela não saia, tive que implorar.

Enfim, saiu






Já em Filadélfia.
pequena cidade com menos de 8 mil habitantes.
A velocidade máxima nas ruas de de 30 km/h.
Se passar disso, da problemas.
Não sei que tipo de problemas e na duvida eu 
não ultrapassei os 25 km/h.


Museus.



Jardins dos museu.








Imagine um lugar onde não ha televisão, o transito é de 
carroças, movimento intenso, as pessoas falam dialetos 
arcaicos e se vestem como no seculo XVIII.
São os menonitas que fundaram a cidade e mandam 
em tudo por la.
Conhecidos por serem muito duros, com os paraguaios e 
vistantes.



Os homens se vestem com macacões
e as mulheres com vestidos coloridos
ate os pés e chapéus enormes.

Os lugares são bonitos não tem duvida.


Os menonitas são um grupo de denominações cristãs 
que descende diretamente do movimento 
anabatista que surgiu na Europa no seculo XVI, 
na mesma época da reforma. Tem seu nome
derivado do teólogo físico Menno Simons
(1496-1561), que através dos seus escritos articulou
e formalizou os ensinos dos seus predescendentes anabatistas
suíços. Segundo estimativas de 2009, há mais de 1,6
milhões de menonitas espalhados pelo mundo.
"Fonte: Wikipédia"  

São considerados muito durões pelo restante da população
que não é Menonita.



Eu e Sarita.



Ali ficamos em um hotel e aconteceu um episodio
que não vou falar aqui, mas quem sabe mais adiante
eu acabo postando.

Em um restaurante em Filadelfia.
Encontramos alguns administradores de fazendas 
que já estavam na cidade ha algumas semanas, e não
podiam ir embora, pois havia chovido muito e as fazendas
ficam sempre ha centenas de quilometros da cidade
e o risco de atolar as caminhonetes (todas 4X4)
é muito grande, e em estradas desertas o risco é enorme.

Almoçamos. Lugar muito agradável. Cidades diferentes
todas voltadas para a agropecuária.
Muitos armazéns enormes e cooperativas.

Por essa foto da para se ter uma ideia do tamanho desse 
restaurante para uma cidade com 8 mil habitantes.
Ainda penso em voltar la algum dia. 



Os campos são assim.
O Paraguai tem suas belezas, fora da região de 
Ciudad del Este.




kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Você pegaria uma carona nesse caminhão?

E la vamos nos.
Voltamos às estradas esburacadas.


Ainda o restaurante.